Cinco pontos para percebermos o que está a acontecer no Leste da Europa – e o que pode mudar na vida de todos nós:
1 – “TÁTICAS BÁRBARAS E INDISCRIMINADAS CONTRA CIVIS”. O aviso é do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ao lado do homólogo polaco, em Varsóvia: “Putin está preparado para usar táticas bárbaras e indiscriminadas contra civis”. Entretanto, a China retirou da Ucrânia o primeiro grupo de cidadãos chineses, incluindo 200 estudantes, residentes em Kiev, e outros 400 em Odessa, e planeia retirar esta terça-feira mais mil cidadãos, segundo a embaixada chinesa. Moldávia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Polónia vão ajudar os cidadãos chineses a entrar no seu território, garantindo-lhes temporariamente a entrada sem visto. E salta a dúvida: a Bielorrússia, afinal, junta-se ou não a Putin com tropas no terreno? O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, garante que não tem planos para tal. Mas informações posteriores garantiam que já se encontra em solo ucraniano um número indeterminado de tropas bielorrussas.
2 — A RÚSSIA NÃO VAI PARAR. Moscovo fez saber que vai prosseguir a “operação militar especial” até alcançar os seus “objetivos”. As palavras são do ministro da Defesa russo, Serguéi Shoigú: “O importante é proteger a Federação Russa da ameaça militar criada pelo Ocidente, que tenta utilizar o povo ucraniano na luta contra o nosso país”. Coluna militar russa com mais de 60 quilómetros dirige-se para Kiev. O senador Chris Murphy, do Connecticut, antecipou “uma longa e sangrenta” batalha por Kiev. Militares ucranianos dizem que ofensiva russa está a perder força e garantem já ter provocado 4500 baixas.
3 – “O MELHOR VIDENTE DO FUTURO É O COMPORTAMENTO PASSADO”. No Twitter, Gerry Kasparov, opositor declarado de Putin, deixa o aviso: “Os bombardeamentos de Putin a civis na Ucrânia eram inevitáveis. Tentar explicar isto como um mistério é como tentar explicar porque é que o escorpião pica o sapo na velha fábula persa. É a sua natureza”. Talvez por isso, a NATO vai tratando e reforçar os seus membros que fazem fronteira com a Rússia: os aviões de guerra alemães estão a patrulhar a zona aérea polaca, para salvaguardar a segurança do país, no caso de uma ofensiva militar russa. “A salvaguardar o céu sobre a Polónia”, escreve a força aérea alemã no Twitter.
4 — TRAGÉDIA HUMANITÁRIA COM TENDÊNCIA A PIORAR. A invasão da Ucrânia pela Rússia já causou uma vaga de mais de 660 mil refugiados, indicou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), alertando que os números estão a aumentar de forma “exponencial”. Mas isto é só o início: as primeiras estimativas apontavam para 5 milhões de refugiados ucranianos (ONU e Administração Biden). Mas a UE já fala em pelo menos 7 milhões, sendo que “já nas próximas semanas já uns 4 milhões”.
5 – “VAMOS PROVOCAR O COLAPSO DA ECONOMIA RUSSA”. O ministro das Finanças de França, Bruno Le Maire, afirmou esta terça-feira que a economia russa irá colapsar em resultados das sanções impostas para punir Moscovo pela invasão da Ucrânia. “Iremos provocar uma guerra económica e financeira contra a Rússia. Vamos provocar o colapso da economia russa”. Taiwan segue o exemplo da UE, Reino Unido, EUA e Japão e também vai excluir bancos russos do SWIFT. A Maersk suspendeu o transporte de contentores de e para a Rússia e a petrolífera francesa trava novos projetos. A Maersk controla cerca de 20% do transporte marítimo mundial. Os Estados Unidos proibiram todas as transações com o banco central da Rússia com efeito imediato, foi anunciado esta segunda-feira pelo Departamento do Tesouro norte-americano.