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Relatório sobre incêndios no Algarve em sintonia com preocupações da Liga de Bombeiros

As conclusões do relatório independente sobre os incêndios de julho no Algarve estão em sintonia com as preocupações da Liga Portuguesa de Bombeiros, disse à agência Lusa o presidente da associação, Jaime Soares.

(Lusa/Arquivo)
NUNO ANDRE FERREIRA

Segundo o investigador Domingos Xavier Viegas, responsável pelo Centro  de Estudos sobre Incêndios Florestais da Lousã, o documento concluiu que  houve falta de meios de combate e de aceiros, bem como falhas do comando  na perceção da localização do fogo e na previsão da evolução das chamas.

"Por aquilo que vi e ouvi das palavras ditas pelo professor Xavier Viegas,  percebi que aquilo que eram as nossas preocupações, aquilo que eram as nossas  certezas, elas parecem-me estar contempladas no relatório apresentado ontem segunda-feira", afirmou Jaime Soares. 

Apesar de ainda aguardar o envio do relatório, o presidente da Liga  dos Bombeiros diz que já apresentou várias propostas no sentido de readaptar  todo o sistema.  

"A proteção civil em Portugal funciona como um órgão coordenador de  toda a atividade da estrutura de proteção civil, mas no terreno os operacionais  é que comandam", considerou Jaime Soares, defendendo uma estrutura de comando  único, para uma "intervenção logo a partir do momento zero". 

Jaime Soares afirmou que a "descoordenação não se sentiu só naquele  incêndio, houve noutros incêndios este ano e já também em anos transatos,  e por isso há que procurar as soluções adequadas a situações que não dão  tempo de espera". 

A avaliação, elaborada a pedido do ministro da tutela, Miguel Macedo,  foi entregue ao final da tarde de segunda-feira no Ministério da Administração  Interna, em Lisboa. 

Os incêndios na Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel,  de 18 a 21 de julho, queimaram uma área aproximada de 24.000 hectares, sobretudo  espaços florestais, segundo a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

O relatório independente foi pedido em agosto pelo ministro da Administração  Interna, que alegou que a avaliação da ANPC não apresentava "recomendações,  nem eventuais medidas corretivas a adotar em ocorrências similares".  

Contactada pela Lusa, uma fonte do Ministério da Administração Interna  referiu que de momento ainda não está previsto qualquer comentário sobre  este assunto.

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