Enquanto limpa uma parte do achado, o paleontólogo Octávio Mateus disse que se trata de um dinossauro raro não só por não existir muitos exemplares dos celorossauros do Jurássico Superior em todo o mundo, mas sobretudo por ter o esqueleto quase na íntegra.
O dorso está relativamente completo, com as costelas bem conservadas, existe ainda o joelho de uma perna, com a tíbia e o fémur ainda articulados, e ainda uma pata inteira muito bem conservada.
"Permite-nos perceber mais sobre a anatomia destes dinossauros que, até à data, eram apenas conhecidos em Portugal por dentes e ossos isolados. Desta vez, temos um dinossauro relativamente completo, apesar de não termos o crânio", explica o investigador.
Trata-se do celorossauro mais completo do Jurássico Superior em Portugal e um dos mais completos em todo o mundo.
A descoberta tem de ser ainda confirmada em laboratório e há expectativas de ser uma nova espécie da família dos celorossauros, um grupo de dinossauros carnívoros de pequeno porte, com menos de dois metros de comprimento, do Jurássico Superior (150 milhões de anos), raros em Portugal.
É também um novo dinossauro para o espólio paleontológico da Lourinhã, local representativo a nível mundial do Jurássico Superior (150 milhões de anos), vindo assim a enriquecer dentro de pouco tempo a mostra museológica. Nas escavações, a equipa do museu descobriu também a mandíbula de um mamífero raro e pegadas de dinossauros ornitópodes e pterossauros e saurópodes, uma das quais com 1,20 metros pertence a um saurópode e é "uma das maiores que se conhece".
A campanha reuniu uma dezena de voluntários do museu.
Lusa