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Passos Coelho acusa oposição de "esperteza saloia"

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho,  acusou hoje a oposição de "esperteza saloia" utilizada nas tentativas de  ganhar votos aos sociais-democratas, criticando o PS por marcar a reabertura  parlamentar com a exigência de baixar os impostos. 

JOSE COELHO

Enquanto presidente do PSD, Pedro Passos Coelho encerrou a convenção  autárquica do partido, que hoje decorreu em Vila Nova de Gaia, afirmando  que, infelizmente, há boas razões para que alguns analistas de mercado pensem  que no dia em que a troika sair de Portugal, "volta o desatino e a insustentabilidade".

"Como é que o principal partido da oposição decidiu encarar a reabertura  parlamentar agora em setembro? Dizendo: é preciso baixar os impostos", criticou,  questionando como é que é possível "construir o futuro com demagogia desta  maneira". 

Na opinião do primeiro-ministro, "a estratégia que foi adotada por causa  do Tribunal Constitucional, da judicialização das candidaturas locais, também  é seguida para esta eleição". 

"Obriguem lá o Governo a dizer que não baixa os impostos, obriguem lá  o Governo a recordar tudo isso para as pessoas votarem contra eles. Que  maneira de fazer política. Que tristeza. Como é possível que ainda alguém  pense que esta esperteza saloia pode render votos em Portugal?", condenou.

Passos garante ainda que o Governo nunca avança "com falsas boas notícias  como outros fizeram antes de atos eleitorais importantes". 

"Quem não tem a responsabilidade de governar, também tem responsabilidades,  ou porque já governou ou porque hoje precisa de juntar a sua voz, com esperança  construtiva para o trabalho de reconstrução nacional que nós estamos a fazer",  apelou. 

O líder do PSD comparou a situação da Irlanda a Portugal, considerando  que os irlandeses têm taxas de juros mais baixas porque beneficiam, do ponto  de vista externo, "do preconceito que existe sobre alguns países do sul",  destacando a "grande vontade coletiva de vencer aquela crise". 

" (Em Portugal), tivessem aqueles que, não estando no Governo, olhassem  para o interesse do país mais do que para aquilo que lhes vai à frente das  lentes dos óculos e se calhar nós em Portugal seríamos vistos, do exterior,  de outra maneira", sublinhou. 

Na opinião de Passos, se em Portugal não fosse preciso, ano a ano, "substituir  medidas por outras", talvez "lá fora não se achasse que há tanta reticência  e relutância em fazer o que é preciso". 

"Todos sabem qual é o custo de estar sempre a voltar ao ponto de partida  para dizer que vamos resolver um problema que já tínhamos resolvido", disse.

Por isso, para o primeiro-ministro, aquilo que distingue Portugal é  "algum preconceito" associado à tradição e à língua, mas sobretudo por não  se ter mostrado ainda o suficiente em termos de "coesão e de vontade coletiva".


Lusa