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Docentes pedem a Cavaco que mande fiscalizar constitucionalidade da prova de ingresso 

A Federação Nacional de Professores (Fenprof)  pediu ao Presidente da República que mande fiscalizar a constitucionalidade  da norma que veio criar uma prova de avaliação para ingresso na profissão  docente.  

(Reuters/ Arquivo)
© Andrea Comas / Reuters

A Fenprof enviou, no final da tarde de sexta-feira, "o pedido de fiscalização  preventiva da Constitucionalidade da norma que procede à revogação do artigo  4 do D.L. n 75/2010, de 23 de junho, inserida no diploma aprovado pelo  Governo, que institui a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades  do pessoal docente". 

Para os professores, acabar com o regime que dispensava de fazer a prova  todos os docentes contratados que já tivessem sido avaliados com Bom ou  nota superior "viola os princípios da confiança e segurança jurídicas, decorrentes  do princípio do Estado de Direito Democrático, consagrado no artigo 2.  da Constituição da República", refere a Fenprof em comunicado enviado para  a agência Lusa. 

Apesar do pedido de fiscalização preventiva, a Fenprof diz que irá continuar  a lutar contra a prova, tendo já pensado algumas das acções que levará a  cabo caso a questão não fique resolvida. 

A Fenprof admite pedir a intervenção das instituições de formação de  docentes para que contestem "esta prova de desconfiança sobre a qualidade  da formação que é da sua responsabilidade" e dos grupos parlamentares para  que requeiram a fiscalização sucessiva da constitucionalidade. 

Também os tribunais administrativos poderão ser chamados a intervir,  através de ações "que poderão, num primeiro momento, ter caráter cautelar".

A entrega de uma petição na Assembleia da República para que a matéria  seja debatida em plenário é outra das medidas que a Fenprof admite recorrer.

Os professores recordam que "esta legislação foi imposta em pleno agosto,  quando os professores se encontravam de férias, procurando o ministério  de Nuno Crato, assim, fugir à contestação. Dessa forma incorreta e nada  democrática, o MEC fingiu que negociou e o governo impôs o novo quadro legal.  Será agora confrontado com o protesto de que, de forma reprovável e pouco  digna, andou a fugir". 

Lusa