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PJ revela que novos indícios no caso Maddie resultaram da reanálise de informação existente

A Polícia Judiciária esclareceu hoje que os novos indícios que levaram à reabertura pelo Ministério Público da investigação relativa ao desaparecimento de Madeleine McCann resultaram da "reanálise de todo o vasto conjunto de informação constante do inquérito".

(Reuters/Arquivo)
© Andrew Winning / Reuters

Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) refere que o trabalho de reanálise  decorreu durante os últimos dois anos e meio e "permitiu conhecer novos  indícios" que impõem a continuação da investigação, "preenchendo os requisitos  estabelecidos" no Código de Processo Penal para a reabertura do inquérito.

"À semelhança do que sucede com todos os casos de crianças desaparecidas,  não obstante o arquivamento formal do inquérito relativo ao seu desaparecimento,  e como sempre foi publicamente afirmado, a PJ continuou a estar atenta a  toda e qualquer informação suscetível de permitir conhecer o paradeiro da  menor, as circunstâncias em que ocorreu o seu desaparecimento e a identidade  do(s) seu(s) autor(es)", argumenta esta polícia de investigação criminal.

A PJ recorda que, em março de 2011, por decisão do diretor nacional  desta polícia, Almeida Rodrigues, foi atribuída a uma equipa de investigadores  da Diretoria do Norte a missão de "reanalisar todo o vasto conjunto de informação  constante do inquérito", com o objetivo de identificar a informação "cujo  aprofundamento se revelasse útil e possível". 

Hoje, o Ministério Público anunciou a reabertura do inquérito sobre  o desaparecimento da criança inglesa Madeleine McCann, depois de a Polícia  Judiciária ter apresentado novos elementos. 

A PGR sublinha que a reabertura do inquérito surge na sequência de proposta  da PJ e atendendo à "apresentação de novos elementos indiciários que justificam  o prosseguimento da investigação". 

A PGR não revelou quais os novos elementos de prova fornecidos pela  PJ ao MP, limitando-se a dizer que, no inquérito, a decorrer em Portimão,  "foi requerido ao competente Juiz de Instrução Criminal o adiamento do acesso  aos autos por prazo objectivamente indispensável à conclusão da investigação,  por se entender que se impõe o regime de segredo de justiça". 

Foi a 21 de Julho de 2008 que a PGR anunciou o arquivamento do inquérito  relativo ao desaparecimento de Madeleine McCann, assim como o levantamento  da condição de arguidos aos pais da menor inglesa e a Robert Murat (britânico  que residia no Algarve), ressalvando que podia reabrir o processo caso surgissem  "novos elementos de prova", o que agora ocorreu. 

A 4 de Outubro, responsáveis da Scotland Yard divulgaram em Londres  que a PJ já havia formado uma nova equipa para trabalhar nas linhas de investigação  identificadas pela polícia britânica sobre o desapacimento da criança. 

Na altura, soube-se que um grupo de seis agentes da delegação de Faro  foi formado para assistir a unidade britânica responsável pela "Operação  Grange" da Polícia Metropolitana, que está a rever todas as pistas relacionadas  com o caso após a intervenção do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos,  a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos  gémeos, num apartamento de um aldeamento turístico no Algarve, enquanto  os pais jantavam com um grupo de amigos num restaurante próximo. 

Portugal foi um dos 31 países a cujas respetivas autoridades foi enviada  uma carta rogatória com um pedido de assistência relativo a elementos que  a polícia britânica deseja ver esclarecidos, relacionados com pessoas ou  dados telefónicos.

Lusa