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Governo e professores voltam hoje a sentar-se à mesa para negociar rescisões

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) e os sindicatos de professores voltam hoje a sentar-se à mesa para negociar o programa de rescisões por mútuo acordo, com posições extremadas em alguns dos principais pontos em discussão.

O secretário de Estado da Educação, João Casanova (2D), e o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira (2E), durante uma reunião no ministério da Educação, em Lisboa, 24 junho 2013 / Lusa
MANUEL DE ALMEIDA

No final da passada semana, o Governo enviou aos sindicatos um documento  no qual esclarecia que os docentes que aderissem ao programa, ainda a ser  negociado, não teriam direito a subsídio de desemprego ou a reforma antecipada,  perdendo ainda o direito de "subscritores da Caixa Geral de Aposentações  (CGA)", entidade para a qual não poderão continuar a descontar. 

Esta perda de relação com a CGA já levou a Federação Nacional dos Professores  (Fenprof) a questionar que entidade ficará responsável pelo pagamento das  pensões de reforma aos docentes: se a CGA, da qual perderam o direito de  subscrição, ou a Segurança Social, para a qual nunca efetuaram descontos.

No dia em que foi enviado o esclarecimento, o secretário-geral da Fenprof,  Mário Nogueira, acusou o ministro da Educação, Nuno Crato, de "fazer tudo  no ar" e de querer "mandar para a miséria" os professores que aderirem ao  programa de rescisão amigável, ao proibi-los de pedir a reforma antecipada.

Na contraproposta enviada já esta semana ao MEC, a federação exigiu  que o programa de rescisões para professores permita que os docentes que  adiram possam receber subsídio de desemprego, que as indemnizações a pagar  fiquem isentas de qualquer tributação e que seja permitida a reforma antecipada.

As contrapropostas pretendem, de acordo com um comunicado da federação  sindical, atribuir "um mínimo de justiça à proposta apresentada" pelo executivo,  ainda que a federação, numa "posição de princípio", discorde e considere  "inadequada a aplicação deste programa". 

Já o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), no final  da primeira ronda negocial no Ministério da Educação considerou que o "diploma  não é nada atrativo para as pessoas abandonarem a profissão", lembrando  que a maioria dos docentes está a receber menos do que devia, e as regras  que definem a idade de reforma estão sempre em mudança.  

Para João Dias da Silva, "há um conjunto de fatores negativos para o  cálculo das rescisões". 

O Ministério da Educação garantiu, no dia da primeira reunião com os  sindicatos, que não há teto máximo de compensação para os professores que  rescindam por mútuo acordo, e que a medida só terá efeito em setembro de  2014, para os que estão a dar aulas. 

As duas federações sindicais mais representativas dos professores --  Fenprof e FNE -- são as primeiras a ser recebidas hoje pelo secretário de  Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, pelas  09:00 e 11:00, respetivamente. 

Da parte da tarde, o secretário de Estado reúne-se com as federações  e sindicatos menos representativos.