Questionada sobre o anúncio da criação de um novo partido de esquerda, Livre, iniciativa do eurodeputado Rui Tavares, Catarina Martins disse que "o que mede a atenção política é a proposta, a capacidade de fazer proposta e o projeto de sociedade que se tem".
"No BE discutimos projetos de sociedade, discutimos a construção de maiorias sociais para a alternativa. Estar agora a discutir outras coisas não nos parece que faça sentido", acrescentou a coordenadora do BE, que falava no final de uma conferência de imprensa na sede do partido para apresentação de propostas para o combate à pobreza infantil.
Interrogada se o novo partido poderá ser um adversário do BE, até porque poderá juntar pessoas "descontentes" com os bloquistas, Catarina Martins foi evasiva na resposta: "A política faz-se por propostas, faz-se por projetos de sociedade, não se faz por uma ideia de concorrência ou não, isso não tem sentido".
A declaração de princípios, o nome e o símbolo de um novo partido político, que se pretende que seja um "espaço de liberdade no meio da esquerda", iniciativa do eurodeputado Rui Tavares, foram aprovados no sábado em Lisboa.
Rui Tavares foi eleito como independente pelo Bloco de Esquerda nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas em 2009, mas posteriormente transitou para os Verdes europeus.
No encontro, estiveram presentes, entre outros, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa José Sá Fernandes, a ex-dirigente socialista Ana Benavente, a militante bloquista Joana Amaral Dias e a deputada socialista Inês Medeiros.
De acordo com Lei dos Partidos Políticos, "a inscrição de um partido político tem de ser requerida por, pelo menos, 7500 cidadãos eleitores" junto do Tribunal Constitucional.
Lusa