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Cavaco diz que pareceres jurídicos contam muito quando decide promulgações

O Presidente da República disse hoje que nos  processos de promulgação de diplomas "contam muito os pareceres jurídicos"  que recebe, assim como o estudo que deles faz, e garantiu que decide sem  ter "em mínima conta" qualquer pressão.

(Lusa)
MÁRIO CRUZ

"Os portugueses sabem bem que, como Presidente da República, sigo sempre  o mesmo critério: estudo em profundidade os diplomas, peço pareceres jurídicos  e decido sem ter em mínima conta pressões vindas da esquerda, da direita  ou do centro", afirmou o chefe do Estado, Aníbal Cavaco Silva, quando questionado  sobre a decisão de não requerer a fiscalização preventiva da constitucionalidade  da nova versão da contribuição extraordinária de solidariedade (CES) proposta  pelo Governo. 

Sublinhando que é dessa forma que sempre decide e que continuará a decidir,  Cavaco Silva destacou o papel desempenhado pelos pareceres jurídicos que  recebe sobre os diplomas que são enviados para promulgação. 

"Para mim contam muito os pareceres jurídicos que eu recebo em relação  aos diplomas e também ao estudo que deles eu faço", referiu Cavaco Silva,  que falava aos jornalistas num hotel em Toronto, onde chegou na quinta-feira  à noite para uma visita de dois dias. 

Entretanto, em Lisboa, o PS já anunciou que requererá ao Tribunal Constitucional  a fiscalização sucessiva da nova versão da CES proposta pelo Governo, caso  o Presidente da República promulgue o diploma. 

O PCP também revelou que irá imediatamente contactar o Bloco de Esquerda  e o Partido Ecologista "Os Verdes" para solicitar ao Tribunal Constitucional  a fiscalização sucessiva do diploma. 

O Governo decidiu reconfigurar a aplicação da CES sobre as pensões,  fazendo baixar o seu valor de incidência de 1300 para os mil euros mensais,  depois de o Tribunal Constitucional ter considerado inconstitucional a norma  do Orçamento do Estado para 2013 que pretendia cortar em 10% as pensões  da Caixa Geral de Aposentações. 

Lusa