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Ministro admite que "há muito a fazer" na autonomia das escolas

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato,  admitiu hoje que "há muito a fazer na autonomia das escolas" e garantiu  que mais contratos serão realizados para que essa condição "seja reforçada".

(Lusa/Arquivo)
TIAGO PETINGA

Na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, o governante salientou  que "as escolas não tinham autonomia há três anos" e nem sequer podiam "decidir  a duração de cada aula". 

Em resposta a uma questão do deputado social-democrata Amadeu Albergaria,  Nuno Crato referiu que "as coisas mudaram" e que os estabelecimentos de  ensino com autonomia "podem decidir os tempos letivos, os intervalos, a  gestão curricular", entre outras questões. "As escolas com autonomia podem até criar novas disciplinas", afirmou  o ministro da Educação perante os deputados da comissão parlamentar, acrescentando  que o Ministério da Educação pretende aumentar os contratos de autonomia,  atualmente em número de 212. 

Ressalvou, ainda, que as escolas com autonomia "deixaram de ter tempos  fixos e podem geri-los com o aumento em alguns casos e com a diminuição  em outros, de forma a adaptarem-se às necessidades dos alunos". Considerando ser "fundamental" a autonomia das escolas, Nuno Crato disse  que antes "era pouquíssima a existência de autonomia", reiterando que, no  presente, é uma realidade. 

Acompanhado dos secretários de Estado José Ferreira Gomes, João Casanova,  Leonor Parreira e João Grancho, o titular da pasta da Educação no Governo  PSD/CDS-PP refutou a interpelação inicial de Acácio Pinto, em que o deputado  socialista sublinhou que os contratos de autonomia são "um absurdo e uma  hipocrisia". 

No entender do deputado do PS, a autonomia dos estabelecimentos de ensino  "transformou os diretores das escolas em gestores de plataformas eletrónicas  e não em gestores pedagógicos". 

Acácio Pinto aludiu, ainda, ao desemprego entre os professores, ao cortes  na educação especial e nos orçamentos insuficientes em universidades e politécnicos,  para concluir que o desempenho do Ministro da Educação tem sido "trágico". Nuno Crato respondeu que tem "dificuldade em corresponder os factos  ao adjetivo trágico". 

 

     

 

Lusa