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PS considera inaceitável novo modelo de cortes das pensões

O dirigente socialista Miguel Laranjeiro considerou  hoje que o novo modelo de cortes nas pensões em estudo pelo Governo é inaceitável  e criticou o executivo por tornar a vida dos reformados numa roleta russa.

Miguel Laranjeiro, dirigente socialista (Arquivo SIC)

"O Governo faz da vida dos reformados portugueses uma roleta russa",  afirmou Miguel Laranjeiro em declarações à agência Lusa, lamentando a "instabilidade"  e a "insegurança" que causa aos pensionistas "nunca saberem qual é a reforma  do mês seguinte". 

Para o secretário nacional do PS, que é membro da comissão parlamentar  de Segurança Social e Trabalho, a possibilidade de a Contribuição Extraordinária  de Solidariedade (CES) ser aplicada de forma permanente "é inaceitável"  e confirma que "vai haver, como o PS tem referido, cortes e mais cortes  depois das eleições para o Parlamento Europeu". 

Uma fonte do Ministério das Finanças avançou na quarta-feira que o Governo  está a avaliar a possibilidade de aplicar a CES de forma permanente, devendo  o impacto da medida ser quantificado no Documento de Estratégia Orçamental  em abril. 

Esta possibilidade de tornar a CES definitiva está a ser avaliada pelo  grupo de trabalho nomeado pelo Governo, no início do ano, que deverá apresentar  ao executivo cenários que permitirão "traçar pistas para uma reforma global  do sistema de segurança social". 

De acordo com a mesma fonte, o grupo de especialistas está "a tentar  criar um 'mix' de políticas que permita que essa evolução  1/8da eventual aplicação  definitiva da CES 3/8 seja vista como um ajustamento, que possa variar de acordo  com determinados indicadores", embora o indicador a aplicar "tenha de ser  estudado". 

De acordo com o secretário nacional do PS, as notícias de hoje mostram  que o PSD tem "uma agenda escondida", já que o líder parlamentar social-democrata  disse na quarta-feira "que não ia haver cortes nos rendimentos dos portugueses",  mas esta "é, de facto, uma proposta de mais cortes para os reformados e  os pensionistas, tornando definitivos aquilo que era cortes provisórios"

Embora admita que o PS ainda não conhece a proposta em concreto, Miguel  Laranjeiro defendeu que o Governo está a tentar "iludir os portugueses e  também o próprio Tribunal Constitucional", pelo que "o PS está "radicalmente  contra" e exige que se "pare já com os cortes". 

  Lusa