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Obras do Metro no Areeiro duram há 6 anos

As obras de ampliação da estação do metro no Areeiro, Lisboa, deviam ter acabado em 2011, mas duram há seis anos e agora estão paradas para desespero dos comerciantes e taxistas que se dizem "muito prejudicados" com a situação.

As obras de remodelação e ampliação no Areeiro (Linha Verde) começaram em 2008. (Lusa)
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"A obra está parada. Está a correr muito mal", disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braancamp (PSD), que se tem mostrado muito crítico com a duração da obra. 

"Não se justifica. A construção do Canal da Mancha durou 70 meses e o túnel do Rossio 30. Para aumentar uma estação -- e atenção que não é fazer uma nova linha -- duram já 72 meses?", questionou.

As obras de remodelação e ampliação no Areeiro (Linha Verde) começaram em 2008 e, segundo Fernando Braancamp, deviam ter terminado em 2011. 

Contudo, só a primeira fase da obra, no átrio sul, demorou cinco anos e apenas em novembro de 2013 se deu início à segunda fase (átrio norte) da expansão daquela linha do metro. 

Em declarações à Lusa, o autarca frisou que os comerciantes daquela freguesia são muito prejudicados e viram, "de um momento para o outro, a sua atividade a perder clientes" porque o estaleiro está "a tapar" lojas e "obrigou" à mudança da praça de táxis. 

"As obras são um benefício para a cidade, mas são subterrâneas. Os estaleiros podem estar a 50 metros de distância. Não precisam de ter o estaleiro em cima porque não há obras à superfície", defendeu o social-democrata. 

Com os estaleiros a meia dúzia de passos da porta, o sócio-gerente da Pastelaria Cinderela admitiu que o negócio tem sido prejudicado, principalmente aos pequenos-almoços. 

"Nos pequenos-almoços perdi muito. Perdi cerca de 100 euros por dia em pequenos-almoços", disse à Lusa.

"Taparam a entrada do metro (junto à pastelaria) e as pessoas vinham aqui e já não veem. Os taxistas, que tiveram de mudar, também deixaram de vir", lamentou José Félix. 

Os estaleiros impedem ainda o sócio-gerente de "estender a esplanada" porque "senão as pessoas não passam" na rua. 

Para José Félix não há dúvidas: "sem as obras e com as pessoas a saírem aqui (no metro), o negócio melhorava". 

Na porta do lado, a funcionária da "Geo 2000 Pedras Naturais" mostrou-se preocupada com o futuro das obras porque "prejudicam muito o negócio" e "agora estão paradas e ninguém sabe como vai ser". 

Por seu lado, Nuno Martins, funcionário de uma loja de jogos da sorte, disse à Lusa que não sentiu uma redução de clientes, mas admitiu que "ter o estaleiro à porta" incomoda visualmente e tirou claridade ao estabelecimento.

Taxista há 20 anos, Mário Leite não gostou da mudança da praça de táxis para o outro lado da praça do Areeiro. 

"Prejudica-nos. Estávamos perto da estação dos comboios e autocarros e tínhamos o metro à porta e um café aberto até às 22:30. Aqui não há nada", lamentou. 

Opinião partilhada por Francisco Gonçalves, para quem as obras só "pioraram a vida de taxistas e comerciantes, que têm menos clientes". 

Segundo informação no 'site' do Metropolitano de Lisboa, aquelas obras vão aumentar o cais para 105 metros de comprimento para receber composições com seis carruagens.  

A empresa não indica na sua página de Internet quando a obra estará concluída. 

A Lusa tentou obter esclarecimentos por parte do Metropolitano de Lisboa, mas a empresa não respondeu.

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