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Negociação da vinculação no ensino artístico foi "uma inexistência", segundo a Fenprof

A Fenprof classificou hoje a negociação com o Ministério da Educação e Ciência (MEC) relativa ao concurso de vinculação dos professores do ensino artístico como "uma inexistência", acusando o Governo de ter uma "conceção despótica de negociação".

(Lusa Arquivo)
JOSÉ COELHO

"A negociação dos diplomas para o concurso extraordinário de vinculação dos professores das escolas especializadas de ensino artístico foi uma inexistência. Na reunião de hoje, 28 de abril, o MEC ignorou as propostas concretas e fundamentadas que a Fenprof apresentara, limitando-se a algumas correções técnicas", lê-se no comunicado da Federação Nacional de Professores (Fenprof), hoje divulgado. 

A federação sindical referiu no documento que apresentou ao MEC propostas de alteração à proposta de diploma com base em informações recolhidas junto de professores e diretores de escolas, que, "aceitando os pontos de partida" do ministério "os ajustava de modo a que fossem corrigidas flagrantes situações de injustiças". 

"Indiferente aos argumentos e às evidências, o MEC optou por manter inalteráveis as suas propostas iniciais. Uma conceção despótica de negociação", acusou a Fenprof, acrescentando que vai "lutar até ao fim" contra a proposta do Governo. 

Já hoje a Federação Nacional da Educação (FNE) criticou o ministério por apresentar, na ronda negocial, uma proposta sobre as regras de integração nos quadros dos professores do ensino artístico que quase repete a primeira versão. 

A proposta apresentada hoje à FNE "mantém-se sem alterações de fundo, em relação à primeira", disse à Lusa Lucinda Dâmaso, vice-secretária-geral da FNE, à saída da segunda ronda negocial sobre o Concurso Externo Extraordinário do Ensino Artístico, Música e Dança, que sentou à mesma mesa representantes da FNE e do ministério. 

O concurso destina-se aos docentes dos conservatórios públicos de música e dança e das duas escolas de ensino secundário artístico especializado: António Arroios, em Lisboa, e Soares dos Reis, no Porto. 

De acordo com o ministro da Educação, Nuno Crato, o concurso deverá permitir a integração, já em setembro, de 130 docentes: 50 nas escolas do ensino artístico e 80 nas sete escolas especializadas de música e dança.

O MEC reuniu hoje com as duas federações da educação para a segunda e última reunião da ronda negocial, a menos que haja pedido para negociação suplementar. 

Com Lusa