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Passos diz que PS não pode aceitar apelo explícito à saída do euro 

O primeiro-ministro considerou hoje que o PS  não pode aceitar o "apelo explícito à saída do euro" nem o caminho para  "desastre nacional" que alegou estarem contidos na moção de censura do PCP ao Governo. 

(Lusa/ Arquivo)
MÁRIO CRUZ

"O que nos une na rejeição desta proposta política é incomparavelmente  mais forte do que aquilo que nos separa", sustentou Pedro Passos Coelho,  dirigindo-se aos socialistas, no debate parlamentar da moção de censura  apresentada pelo PCP ao Governo, que o PS anunciou que votará favoravelmente.

No início da sua intervenção, o primeiro-ministro afirmou que "o Partido  Comunista apresenta uma moção de censura que explicita os seus objetivos  maiores: a instabilidade política, a ruína económico-financeira do país  e a saída do euro", acrescentando: "Estes são objetivos que não podem, também,  merecer o apoio do principal partido da oposição, sob pena de cair na mais  flagrante contradição". 

"O mesmo partido que ratificou o tratado orçamental neste parlamento,  e nesta legislatura, não pode suportar um apelo explícito à saída do euro,  que significaria além de qualquer dúvida a saída da União Europeia. Se o  fizer, será responsabilizado pelo país por uma incoerência política grave  e irremediável", reforçou. 

Passos Coelho defendeu que o chamado tratado orçamental "é uma peça  chave" para a construção de uma União Europeia de "solidariedade e responsabilidade"  e que "em assuntos como este o compromisso tem de ser firme, e é incompatível  com a ambiguidade de quem ora aceita o tratado ora se afasta do seu conteúdo".

Segundo o primeiro-ministro, "no que toca ao PCP, fica-lhe reservada  uma espécie de coerência política", mas é "uma coerência para o desastre"  que seria provocado pela "saída da Europa, a par da estatização forçada  da economia e da sociedade". 

O chefe do executivo PSD/CDS-PP voltou a interpelar o PS: "Estamos,  portanto, a falar de ambições políticas que merecem a oposição de todo o  universo social e político que se tem batido e se continuará a bater em  Portugal por uma democracia representativa europeia, por um Estado social  forte e por uma economia social de mercado. E perante isto, não contam,  ou não deveriam contar, as naturais diferenças entre socialistas, sociais-democratas  e democratas-cristãos".  

Lusa