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Professores portugueses sentem-se desvalorizados pela sociedade

A maioria dos professores portugueses acredita  na qualidade do seu trabalho, mas apenas 10,5% dos inquiridos num estudo  da OCDE hoje divulgado entende que a profissão é valorizada pela sociedade.

(Arquivo Reuters)
© Charles Platiau / Reuters

Os números constam do inquérito TALIS 2013 (Teaching and Learning International  Survey) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE),  hoje divulgado, e apontam para um sentimento de desvalorização profissional  entre a classe docente, quando comparada com a média dos mais de 30 países  envolvidos no estudo, que indica que 30,9% dos inquiridos acredita que a  profissão docente é valorizada pela sociedade. 

Apesar da perceção relativamente ao reconhecimento social do seu trabalho,  os professores portugueses (94,1%) declaram-se satisfeitos com o seu trabalho,  ficando mesmo acima da média de 91,1% da OCDE. 

Os professores portugueses não aparentam também ter dúvidas quanto à  qualidade do trabalho que desenvolvem: 99% acredita que está a ajudar os  seus alunos a valorizar a aprendizagem (contra uma média de 80,7% da OCDE),  e 97,5% acredita que está a ajudar a desenvolver o pensamento crítico dos  alunos (80,3% média da OCDE). 

O TALIS 2013 indica ainda que as 40 horas de trabalho semanais dos professores  se dividem em 21 horas de aulas, 9 de preparação de aulas e 10 de correção  de trabalhos dos alunos. 

Nestas três componentes Portugal está sempre acima da média da OCDE,  mas é no tempo despendido a corrigir trabalhos que os professores portugueses  mais se afastam da média dos 30 países, que se fixa nas 5 horas semanais  para este tipo de trabalho. 

Quanto à utilização do tempo de duração das aulas os professores portugueses  afirmam que 25% se perde em tarefas administrativas, como a contabilização  e registo de presenças, e a manter a ordem dentro da sala. Sobra 75% do  tempo de aula para efetivamente lecionar, o que não representa uma realidade  muito distante dos restantes países envolvidos no estudo, uma vez que a  média 78,7% do tempo de aula dedicado ao ensino. 

Lusa