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CGTP espera ter milhares de manifestantes hoje em Lisboa

A CGTP conta ter hoje, em Lisboa, milhares de trabalhadores de todo o país para protestar contra as políticas do Governo em geral e contra as alterações ao Código do Trabalho que vão ser aprovadas no Parlamento.

Tiago Petinga

"Apesar de já estarmos em período de férias, estamos a contar com uma  grande manifestação, tendo em conta os contactos feitos no setor público  e no setor privado", disse Deolinda Machado, da comissão executiva da Intersindical,  à agência Lusa. 

A central sindical escolheu esta data para o protesto para mostrar  ao Governo e à maioria parlamentar o repúdio dos trabalhadores relativamente  às propostas de lei que deverão ser hoje aprovadas na Assembleia da República.

A Inter considera que as propostas legislativas do Governo que vão  ser hoje votadas "são altamente lesivas para os trabalhadores" e vão contribuir  para "o desmantelamento da contratação coletiva". 

Uma das propostas prevê o prolongamento do período para a redução do  pagamento do trabalho extraordinário, enquanto a outra reduz os prazos de  caducidade e de sobrevigência das convenções coletivas de trabalho. 

Mas a manifestação da CGTP não tem apenas como objetivo o protesto  contra as novas alterações ao Código do Trabalho. Pretende ainda reafirmar  o repúdio pelas políticas sociais e económicas do Governo e revindicar a  demissão do executivo de Passos Coelho. 

"Nós vamos dizer que não queremos este Governo, esta política e esta  legislação e prometemos continuar a luta ao longo do verão", disse Deolinda  Machado. 

A manifestação nacional da Inter é antecedida de duas pré-concentrações,  ao início da tarde.  

Os trabalhadores da Administração Publica central, regional e local  concentram-se na rotunda do Marquês de Pombal, de onde vão desfilar até  São Bento, liderados pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos. 

No Cais do Sodré vão concentrar-se os trabalhadores do sector privado  e do setor empresarial do Estado, que vão juntar-se aos funcionários públicos  junto à Assembleia da República. 

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, encerrará a manifestação,  em São Bento, com uma intervenção politico-sindical e poderá anunciar uma  nova ação de luta para dia 25, data em que deverão ser aprovados novos cortes  para função pública.