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Crato quer retomar avaliação dos professores "muito em breve"

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, defendeu hoje a necessidade de apostar no processo de seleção e avaliação dos professores, pretendendo retomar "muito em breve" a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC).

(Arquivo)
ANDRÉ KOSTERS

"Em Portugal tomámos e estamos a tomar algumas medidas nesse sentido,  no que se refere à entrada nos cursos de formação professores, ao que é  ensinado nesses cursos e à Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades  instituída - e que nós temos de retomar em breve", disse hoje à agência  Lusa em Londres.  

O ministro falava à margem de uma cimeira de alto nível dedicada ao  tema das Reformas na Educação, intitulada "Celebração, Ambição, Inspiração",  organizada pelo ministério da Educação britânico e pela Education Foundation,  num painel com ministros e dirigentes de Espanha, Holanda, Polónia e China. 
  
"Um tema comum a todos os países que aqui falaram é o reconhecimento  de que a qualidade da docência e qualidade da formação inicial dos professores  são fatores decisivos para melhoria do sistema de ensino", afirmou no final  à agência Lusa.   
  
Nuno Crato reivindicou alguns avanços neste sentido, mas reconheceu  ser difícil implementar reformas num "sistema muito centralizado, muito  dependente do Estado, onde os professores são funcionários públicos".   
  
Um acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul (TCA) Sul datado de  24 de abril desbloqueou a realização da PACC ao revogar uma sentença anterior  do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal que impedia o MEC de realizar  quaisquer atos conducentes à realização da Prova.  
  
O anúncio, em 2013, da realização da PACC desencadeou uma forte contestação  dos professores, que fizeram manifestações, greve, boicotes e os sindicatos  avançaram com 20 providências cautelas contra a prova.  
  
Prevista para todos os professores contratados com menos de cinco anos  de serviço, a primeira fase da prova realizou-se a 18 de dezembro de 2013,  mas cerca de 4.000 dos 13.500 docentes inscritos acabaram por não comparecer  ao exame - por opção própria ou no âmbito da adesão aos protestos e boicotes  que acompanharam a medida.  
  
      
Lusa