País

Fenprof promove reuniões para "informar e mobilizar" professores

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof)  quer, nos próximos meses, "informar e mobilizar" os docentes para a "luta"  contra as políticas educativas e promove, já na quinta-feira, um encontro  nacional de professores, com entrega das conclusões no Ministério. 

(Lusa/Arquivo)

Em setembro, com outras estruturas sindicais, a Fenprof quer organizar  um "grande plenário" para, nomeadamente, "tomar posições em defesa do estatuto  da carreira docente", disse hoje o secretário-geral da federação, Mário  Nogueira. 

Depois de uma reunião com o ministro da Educação, "da qual não resultou  qualquer compromisso concreto", e depois de uma reunião do Conselho Nacional  da Fenprof, ambas hoje, Mário Nogueira disse, em conferência de imprensa,  que é necessário neste verão "auscultar os professores para saber o que  estão dispostos a fazer e até onde estão dispostos a ir", em questões como  a eventual transferência de professores para os municípios, encerramento  de escolas ou a extinção da grelha salarial dos docentes. 

E também, acrescentou, reunir-se com autarquias onde vai acontecer a  experiência piloto da municipalização do ensino, temendo a Fenprof que seja  só o início para uma futura "contratação local" dos docentes, algo que a  federação não quer. 

Depois de um ano letivo "complicado", que agora terminou, disse Mário  Nogueira que o próximo "pode ter um impacto fortíssimo nos professores,  porque se preveem mais cortes orçamentais", a par da "desresponsabilização  do Estado" na Educação, quer pela municipalização quer pela privatização.

Um ano que espera "complicado", devido a medidas do Governo, acusou,  que "visam acentuar e perpetuar a desigualdade de oportunidades e desmantelar  a Escola Pública democrática". 

Na conferência de imprensa Mário Nogueira disse também que a Fenprof  apresentou, na Procuradoria-Geral da República, uma queixa a propósito do  que chamou "processo Cambridge", alertando para a questão de o Governo usar  "estabelecimentos e recursos públicos para servir interesses de uma empresa  privada". 

A queixa tem a ver com a prova de inglês, obrigatória, que é certificada  pelo Cambridge English Language Assessment, uma entidade pertencente à Universidade  de Cambridge. Para a Fenprof, este processo é de "grande opacidade" e a  Procuradoria também assim o considera, porque abriu processo em duas instâncias,  o Tribunal Administrativo e o Departamento de Investigação e Ação Penal,  disse o responsável. 

"Não somos os únicos preocupados com o que pode estar a acontecer",  disse Mário Nogueira. 

Lusa