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Engenharia volta a liderar oferta de vagas de acesso ao ensino superior

As engenharias, as ciências empresariais e  a saúde são as áreas de formação com maior oferta de vagas na 1. fase do  concurso nacional de acesso ao ensino superior, que arranca na quinta-feira.

REUTERS

De acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação  e Ciência (MEC) os cursos na área das engenharias representam 17,5% do total  das mais de 50 mil vagas a concurso, sendo a área de estudos com mais lugares  disponíveis (9.022, sem alterações em relação a 2013). 

No entanto, esta foi uma das áreas no ano letivo anterior que menos  estudantes colocou no ensino superior. 

Em 2013, no caso das engenharias, uma das áreas nas quais o MEC pretendia  reforçar a oferta, e que teve nesse ano um aumento no número de vagas em  cerca de 100 lugares, para as 9.022 vagas disponíveis houve apenas 5.904  alunos a manifestarem como principal preferência a colocação num dos vários  cursos disponíveis, e apenas 5.596 conseguiram uma colocação. 

Estes números traduziram-se numa taxa de ocupação de vagas em 1. fase  de 62% (menos 6% do que em 2012) e num total de 3.431 vagas sobrantes (contra  2.897 lugares deixados vagos em 2012), tendo sido, desta forma, a área de  estudos com maior número de lugares por ocupar no final da 1. fase de colocações.

Houve mesmo cursos de engenharia sem qualquer candidato colocado, sobretudo  nos institutos superiores politécnicos. 

A situação, que não teve melhorias decorrida a 2. fase do concurso  de colocações, levou a Ordem dos Engenheiros a anunciar a realização de  reuniões com as escolas de engenharia, para "fazer um diagnóstico" da situação  e ajudar a encontrar soluções concretas para apresentar ao ministério de  Nuno Crato. 

Já antes, a Ordem dos Engenheiros tinha defendido, conhecidos os resultados  da 1. fase do concurso, a reestruturação dos cursos de engenharia, tendo  o bastonário considerado existir uma oferta exagerada do número de cursos  e vagas nas escolas face às necessidades do país. 

Já este ano, depois de conhecidos os resultados da 1. fase dos exames  nacionais do ensino secundário, o conselho coordenador dos politécnicos  veio alertar para o potencial efeito negativo nos cursos de engenharia das  notas médias baixas registadas em disciplinas fundamentais para o acesso  a estes cursos, como a Matemática. 

À semelhança de 2013, ciências empresariais e saúde voltam a ser em  2014 das áreas de estudo com maior número de vagas disponíveis, com 15,3%  e 13% de lugares a concurso, respetivamente. Em ambos os casos há, no entanto,  uma redução do total de vagas face a 2013. 

Entre as áreas de estudo com menos lugares disponíveis para os candidatos  a estudantes do ensino superior estão serviços de segurança, serviços de  transporte, matemática e estatística e ciências veterinárias, cada uma delas  com 1% ou menos de vagas face ao total levado a concurso. 

Paradoxalmente, matemática e estatística é uma das áreas de estudo com  o maior aumento de vagas disponíveis entre 2012 e 2014, com um aumento superior  a 11%. 

Nas áreas que mais vagas perderam nos dois últimos anos destacam-se  serviços de segurança, arquitetura e construção, serviços sociais e formação  de professores, com quebras entre os 11,5% e os 55,6%. 

Agricultura, silvicultura e pescas, informática, artes, ciências da  vida e ciências veterinárias são áreas nas quais aumentou o número de lugares  para candidatos a alunos do ensino superior público. 

Lusa