"É possível que haja candidatos que tenham desistido da prova devido às declarações da Fenprof (Federação Nacional dos Professores). Esses professores devem pedir justificações ao secretário-geral da Fenprof", declarou o ministro da Educação, na Assembleia da República, onde está a ser ouvido pelos deputados da comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, por requerimento potestativo do Bloco de Esquerda, para discutir a marcação e a realização da Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC) dos docentes.
Nuno Crato voltou a acusar o secretário-geral da Fenprof de "uma falsidade lamentável", ao ter afirmado antes da prova que esta se encontrava suspensa por não ter sido entregue, pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), a resolução fundamentada exigida pelos tribunais em resposta às providências cautelares interpostas pelos sindicatos.
O ministro reafirmou que a prova foi feita dentro da legalidade e que as resoluções foram entregues atempadamente.
A deputada socialista Odete João acusou o ministro de ter marcado a prova, "de forma discricionária e persecutória", "com o único objetivo de humilhar os professores", ao que Nuno Crato respondeu que avaliar os alunos não é humilhá-los e que o processo trata de "dignificar os professores".
A deputada comunista Rita Rato acusou Nuno Crato de já ter mostrado "ser capaz de tudo para despedir professores".
"O senhor já os despediu, mas agora a humilhação ainda é maior. Pode dizer o que quiser, mas esta prova não tem o objetivo de melhorar a escola pública, tem o objetivo de achincalhar os professores", acusou, tendo o ministro, na resposta, insistido: "Nós não despedimos nenhum professor".
Questionado sobre a proibição de entrada nas escolas a dirigentes sindicais e o impedimento de plenários sindicais, Nuno Crato disse que, em situações de exames nacionais, "o acesso às escolas é restringido", em nome de "um valor maior que é a tranquilidade dos alunos para fazer a prova".
Cerca de quatro mil professores contratados estavam inscritos para a prova de avaliação que decorreu na terça-feira.
Lusa