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Professores contratados querem saber quantos docentes aprovados vão lecionar

O presidente da Associação Nacional de Professores Contratados (ANPF) desafiou hoje o ministro da Educação a divulgar quantos dos docentes que passaram na prova de avaliação vão conseguir ser colocados no sistema público de ensino.

(Arquivo Reuters)
© Charles Platiau / Reuters

"Desafiamos o senhor ministro a dizer quantos vão ser os professores  do Ministério da Educação (ME), que ficaram agora aprovados, a trabalhar  no ensino público em setembro, porque aí vamos entender para que serviu  a prova e se valeu a pena investir dinheiro dos portugueses", disse à agência  Lusa o presidente da ANPF, César Paulo. 
 

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) anunciou na segunda-feira  que mais de 85% dos professores que realizaram a prova de avaliação passaram  no exame. 
 
O IAVE revelou que 1.473 docentes reprovaram nesta prova, que permite  o acesso à carreira docente de professores contratados com menos de cinco  anos de serviço. 
 
Em declarações à Lusa, César Paulo disse que a "maioria dos professores  passou, o que prova que os docentes são uma classe bem preparada", apesar  das condições de realização. 
 
O presidente da ANPF desafiou ainda o ministro da Educação, Nuno Crato,  a apresentar ao país o custo do exame para o erário público. 
 
    "No que diz respeito aos que reprovaram, a associação quer realçar que  a maior parte das provas foi realizada em condições um pouco estranhas,  com ruído e outro tipo de acontecimentos simultâneos à realização da prova.  Todos vimos na televisão os tumultos que ocorreram em vários sítios do país",  explicou. 
 
O IAVE divulgou também na segunda-feira que a maioria dos professores  que realizaram a prova de avaliação docente deu erros ortográficos, de pontuação  e de sintaxe. 
 
De acordo com o IAVE, num total de 10.220 provas validadas, 62,8% das  respostas acusaram um ou mais erros ortográficos, 66,6% um ou mais erros  de pontuação, e 52,9% um ou mais erros de sintaxe. 
 
À Lusa, o presidente da ANPF sublinhou que a situação "não é anormal",  tendo em conta as condições em que se realizaram as provas. 
 
"O IAVE e o ME tiveram realmente muita preocupação em relevar a questão  dos erros ortográficos. Queria saber porquê, mas (o facto de se terem registado  os erros) não me parece anormal que devido ao novo acordo ortográfico e  às condições de realização" da prova, disse.