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Politécnicos preocupados com "mais" um corte no Ensino Superior

O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) mostrou-se ontem à noite preocupado com o anúncio de "mais um corte" nas verbas para o Ensino Superior, advogando que está em causa o "regular funcionamento" das instituições.

Estudantes da Universidade de Aveiro.

"O CCISP manifestou a sua preocupação face a mais este corte anunciado  pelo secretário de Estado do Ensino Superior, relembrando que este coloca  as instituições de ensino superior numa situação ainda mais dramática, pondo  em causa o seu regular funcionamento e o cumprimento dos compromissos já  assumidos", refere aquela entidade, numa nota enviada às redações. 

O texto segue-se ao anúncio de que o Ensino Superior vai sofrer um corte  abaixo dos 1,5% no Orçamento do Estado para 2015, que contempla um aumento  para bolsas, segundo informação hoje divulgada pelo Ministério da Educação. 
  
De acordo com uma nota do Ministério, o secretário de Estado do Ensino  Superior, José Ferreira Gomes, reuniu-se hoje com o Conselho de Reitores  das Universidades Portuguesas (CRUP)e com o CCISP, precisamente para os  informar sobre a preparação da proposta de Orçamento para 2015.  
  
O Orçamento das Instituições de Ensino Superior para 2015 "está a ser  preparado com uma redução global prevista inferior a 1,5%", afirma-se no  comunicado.  
  
E acrescenta-se: "Na definição do Orçamento para 2015, o Ministério  da Educação e Ciência teve a preocupação de manter o nível de atividade  dos Serviços de Ação Social e de definir um aumento do montante disponível  para bolsas em 2014/2015, em 2%".  
  
O Ministério reconhece, segundo a mesma fonte, o "grande esforço de  contenção financeira" na gestão das instituições, devendo continuar "o trabalho  conjunto de racionalização de recursos, de reformulação da oferta formativa  e de reorganização da rede".  
  
Num comunicado divulgado na tarde de hoje, antes do texto dos politécnicos,  o CRUP escreveu que a reunião "não foi esclarecedora" e as universidades  ficaram sem saber as dotações que irão receber em 2015.  
  
"De igual modo ficou por esclarecer como serão efetuados os reforços  para o corrente ano decorrentes da reposição final dos cortes que ocorreram  na elaboração do OE 2014 e do cumprimento do Acórdão do Tribunal Constitucional",  diz o comunicado, de acordo com o qual a qualidade no ensino e na investigação  depende de uma "viabilização financeira".  
  
As universidades, diz o comunicado, aguardam que lhes sejam comunicadas  as dotações orçamentais para se pronunciarem quanto ao futuro do ensino  universitário em Portugal, no ano de 2015.   
  
Lusa