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Ministra da Justiça nega que tenha varrido responsabilidades para "debaixo do tapete"

A ministra da Justiça diz que se tivesse responsabilidades políticas nos problemas do Citius seria a primeira a assumi-las e não precisaria que lho dissessem. Paula Teixeira da Cruz afirmou hoje no Parlamento ainda que nunca varreu responsabilidades "para debaixo do tapete".

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"Nunca varri para debaixo do tapete e sempre disse o que tinha para dizer, afirmando as minhas convicções", disse Paula Teixeira da Cruz, respondendo a acusações feitas pela deputada Isabel Moreira (PS) durante a audição da ministra na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais.

 Isabel Moreira  questionou a ministra sobre se o "tempo da impunidade política acabou", observando que, face ao que aconteceu com o Citius e com os dirigentes do IGFEJ,  a ministra "varre as responsabilidades para debaixo do tapete" e remete essa responsabilidade para "outros", num processo semelhante à "insustentável leveza do ser".

Na resposta, Paula Teixeira da Cruz considerou que as afirmações da deputada socialista "não correspondem minimamente à verdade" e são "destituídas de qualquer fundamento", porque revelam "desconhecimento dos dossiers" em questão.

O secretário de Estado da Justiça, António Costa Moura, interveio na Comissão para dizer que o seu despacho que exonera Rui Pereira e Carlos Brito da direção do IGFEJ está fundamentado, explicando que "houve falhas inquestionáveis na cadeia de comando" daquele instituto que gere o Citius e que entendeu que aqueles dirigentes não tinham condições para continuarem no cargo.

Confirmou que os convidou, na semana passada, a demitirem-se e que estes não aceitaram, tendo ele próprio assumido a decisão de o afastar porque "não podia pactuar com o clima de instabilidade constante" .

"É uma decisão minha e assumo-a", declarou Costa Moura, afastando esse ónus da ministra.

Durante a audição parlamentar, a ministra falou ainda das reformas processuais em curso (por exemplo, na justiça administrativa e ação executiva) e do reforço de meios humanos, com a entrada de 400 guardas prisionais, 120 estagiários para a Polícia Judiciária, 600 funcionários judiciais e mais 30 técnicos para a reinserção social.

Apontou ainda a criação do gabinete do Cibercrime na PJ e os trabalhos em curso relativamente ao diploma sobre os estatutos dos juízes e dos magistrados do Ministério Público. Salientou também o esforço na PJ no combate e na investigação dos casos de corrupção e no grande investimento financeiro no Laboratório de Polícia Científica.


Com Lusa