País

Enfermeiros arguidos no caso dos Comandos ficam com Termo de Identidade e Residência

Os dois enfermeiros militares ouvidos esta terça-feira, como arguidos, pelo Ministério Público, no inquérito à morte de dois alunos do curso de Comandos, ficaram com Termo de Identidade e Residência (TIR), anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Enfermeiros arguidos no caso dos Comandos ficam com Termo de Identidade e Residência
Lusa

Segundo a PGR, no inquérito, dirigido pelo Ministério Público, em que se investigam as circunstâncias do treino que levaram à morte de alunos do curso de Comandos, os dois enfermeiros militares foram ouvidos hoje à tarde na qualidade de arguidos, tendo ficado sujeitos à medida de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR).

Até ao momento, o processo não tem mais arguidos, acrescentou uma nota da PGR enviada à agência Lusa.

"As investigações prosseguem, estando em causa suspeitas da prática de crimes de omissão de auxílio (art.º 200.º do Código Penal) e de abuso de autoridade por ofensa à integridade física (art.º 93.º do Código de Justiça de Militar)", refere uma resposta enviada pela PGR à agência Lusa.

Nesta investigação, a decorrer no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária Militar.

Entretanto, a Ordem dos Médicos abriu um inquérito disciplinar para averiguar o envolvimento do médico escalado para os exercícios, na sequência dos quais dois militares morreram em setembro e vários receberam assistência hospitalar, disse hoje à Lusa fonte da Ordem.

De acordo com o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o inquérito disciplinar foi aberto com o objetivo de apurar "a envolvência" de um médico durante o treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que começou a 04 de setembro.

Em causa está a atuação do capitão Miguel Onofre Domingos, médico dos Comandos, que, segundo a edição de hoje do Correio da Manhã, terá ordenado a quatro militares, que tinham desfalecido, que rastejassem até à ambulância.

O médico terá depois saído durante duas horas, "deixando 25 vítimas -- que considerou não urgentes -- na tenda com dois enfermeiros", segundo o jornal.

O Exército abriu dois processos disciplinares a militares, por "indícios da prática de infração disciplinar" no 127.º curso de Comandos.

Fonte do Exército disse à Lusa que os militares que foram alvo de processos disciplinares, por "indícios de prática de infração" no 127.º curso de Comandos, mantêm-se ao serviço e em funções no curso.

Lusa