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Meia centena de trabalhadores da PT/MEO no Porto contestam "retirada de funções"

Perto de meia centena de trabalhadores da PT/MEO, detida pela Altice, concentraram-se esta terça-feira em frente às instalações do Porto em protesto por lhes terem alegadamente sido "retiradas as funções" após terem recusado propostas de rescisão.

Meia centena de trabalhadores da PT/MEO no Porto contestam "retirada de funções"
MÁRIO CRUZ/LUSA

Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) diz existirem nas instalações da PT na rua Tenente Valadim, no Porto, "mais de 50 trabalhadores oriundos de várias categorias, departamentos e locais de trabalho" que se encontram atualmente "sem funções", ascendendo este número a "mais de 200" a nível nacional.

Contactada pela agência Lusa, a PT não quis comentar estas acusações.

"Desde a compra da PT Portugal pela Altice, há pouco mais de ano e meio, que as condições de trabalho e o clima laboral na PT/MEO, a maior das empresas do grupo, se têm vindo a degradar de forma acentuada e continuada. Há vários trabalhadores pressionados para rescisão por mútuo acordo com propostas de indemnização escandalosamente baixas, comparativamente com os anos de antiguidade, e sem direito a subsídio de desemprego", refere o sindicato.

Segundo explicou à Lusa Hernâni Marinho, do SINTTAV, aos trabalhadores que não aceitam a proposta de rescisão têm sido "retiradas as funções e removido o posto de trabalho habitual", sendo que "alguns encontram-se há alguns anos nesta situação insustentável que está a afetar progressivamente o seu estado psíquico".

"Trabalhadores que estavam a exercer normalmente a sua atividade em conformidade com a especialidade e categoria profissional recebem uma ordem dos recursos humanos de que a partir de uma determinada data as funções cessam, mudam de departamento e de local de trabalho, para passarem por tempo indeterminado sem funções. Outros trabalhadores que há alguns anos se encontram sem funções, recebem ordem de transferência de local de trabalho para no novo local de trabalho continuarem sem funções", afirmou.

Considerando que "uma transferência por conveniência de serviço pressupõe que o trabalhador irá continuar a exercer as suas funções no novo local de trabalho", o sindicato garante que tal "efetivamente não acontece, pois é transferido de local de trabalho para passar a ficar sem funções".

Em protesto contra esta situação, os trabalhadores do Porto da PT/MEO cumprem desta terça-feira até sexta-feira um conjunto de concentrações diárias, no período do almoço, entre as 13:00 e as 13:30, frente ao edifício na rua Tenente Valadim.

Lusa