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Os nossos contos infantis: A Elefante que sonhava nadar mar adentro

Aviso: este não é um texto jornalístico. A propósito do Dia Internacional do Livro Infantil, partilhamos histórias inventadas ou recriadas por elementos da nossa redação. Para os nosso filhos, sobrinhos, enteados, irmãos... Era uma vez..

Os nossos contos infantis: A Elefante que sonhava nadar mar adentro
Toby Talbot

Aliá era uma elefante que tinha medo da água.

Todas as manhã, quando ia lavar a tromba ao rio, admirava os peixes e os seus movimentos suaves em volta das anémonas, numa dança sincronizada.

Cá fora, os sapos posavam delicadamente nas alfaces d’água e moviam-se ao sabor brisa. Os pássaros e os insetos pousavam sobre as margens ou mergulhavam a pique, em busca de alimentou ou apenas aventura.

Quando o sol apertava, Aliá juntava-se ao bando para o habitual banho de lama que refresca o gigante corpo de maior animal terrestre, sob o sol escaldante da savana. Com a tromba, espalhava água como se fosse chuva e fechava os olhos, respirava fundo e sonhava que nadava, solta e leve, ao sabor das pequenas ondas da corrente. Por vezes dormia mesmo e sonhava em nadar mar adentro. Até que um dia um colibri despertou Aliá do seu sonho maior. Surpreendida, perguntou:

- Olá Sr. Colibri, precisa de ajuda?
- Olá Aliá. Que sonhas tu?
- Sonho em nadar mar adentro. Dançar na corrente e voar sob as ondas.
- Que belo sonho! Na verdade, também eu sonho em nadar mas as minhas penas tornam-se demasiado pesadas e tenho medo de ir ao fundo...
- Verdade sr. Colibri! A água é linda mas também assustadora.. Eu também tenho medo de ir ao fundo.. As minhas pernas pequenas não sustentam o meu pesado corpo de gigante. E, por isso, fico sempre pelas margens, sem nunca ousar molhar as orelhas.

- E se conseguíssemos nadar, nós os dois?
- Como? - pergunta Aliá.
- Se fecharmos os olhos e respirarmos fundo, conseguimos voar, nadar ou dançar, ao ritmo da nossa imaginação. Podemos cruzar continentes, subir a uma nuvem ou planar sobre as montanhas.. queres experimentar? – pergunta o colibri.
- Claro! Vamos nadar mar adentro!

E assim fizeram os dois animais, tão diferentes mas unidos num sonho. E nadaram, voaram e sonharam, até acordarem com mais vontade de sonhar.