A Polícia Judiciária estará a investigar a criação de um curso na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, sobre energia eólica e renováveis, apurou a SIC junto de fonte ligada à investigação, que hoje levou agentes da PJ às sedes da EDP e da REN, em Lisboa.
Este curso foi criado em 2010 e tinha a EDP como patrocinador, isto é, a empresa portuguesa pagava parte dos custos. Um dos professores convidados foi Manuel de Pinho, ex-ministro da Economia e amigo de António Mexia. A notícia de que o curso e a cadeira de Pinho eram patrocinados pela EDP foi dada há alguns anos pelo Jornal de Negócios, mas a elétrica nacional sempre negou qualquer favorecimento.
A investigação decorre no âmbito de um processo que abrange os contratos CMEC - custos de manutenção do equilíbrio contratual -, que foram criados em 2004, no Governo de Durão Barroso, na sequência da liberalização do mercado da electricidade. e são pagos à EDP desde 2007.
Neste processo é também investigado o prolongamento da concessão de várias barragens à EDP, em 2007, por mais 15 a 25 anos. Este prolongamento permitiu à EDP continuar a receber os pagamentos dos CMEC referentes a estas barragens por muito mais tempo.
O ministro da Economia que decidiu os pagamentos dos CMEC e do prolongamento das barragens foi precisamente Manuel de Pinho, no Governo de José Sócrates.
Mais tarde, quando saiu do cargo, Manuel de Pinho foi dar aulas em Nova Iorque, precisamente no curso de eólicas da Universidade de Colúmbia, acumulando essas funções com as de administrador do BES Africa. mais tarde Pinho veio a desvincular-se do BES, negociando uma reforma antecipada que viria a ser cancelada pelo Novo Banco, tendo o caso ido para tribunal.