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PSD propõe mecanismo de indemnizações rápidas para vítimas de fogos

O presidente da bancada do PSD, Hugo Soares, anunciou hoje a apresentação de uma iniciativa no parlamento para criar um mecanismo rápido de indemnizações às vítimas dos incêndios do fim de semana.

Fraião, Braga
Fraião, Braga
HUGO DELGADO

"O grupo parlamentar do PSD dará entrada a um novo diploma para que as vítimas e familiares, aqueles que perderam os seus bens e modo de viver na tragédia deste fim de semana, possam ser imediata e rapidamente ressarcidos pelos seus prejuízos", afirmou o deputado social-democrata, em declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes parlamentares.

Segundo o deputado social-democrata, tratar-se-á de "um mecanismo indemnizatório expedito em que o Estado assume de forma imediata a sua responsabilidade e as pessoas não tenham de esperar meses, anos a fio, pelas decisões dos tribunais".

" [Será] exatamente igual àquele que tivemos oportunidade de apresentar aquando da tragédia de Pedrógão [Grande] , que foi, sem apelo nem agravo, chumbado pela maioria de esquerda parlamentar" na especialidade, disse, referindo-se ao mecanismo extrajudicial para pagamento das indemnizações em cerca de seis meses às vítimas dos fogos de junho, no centro do pais.

Na semana passada, o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim já tinha acusado o PS de ter apresentado uma série de iniciativas na comissão de Agricultura que "esvaziram" o diploma aprovado na generalidade - com o acordo de PSD, CDS, PCP e BE - e que previa a criação de um mecanismo extrajudicial para um pagamento das indemnizações em cerca de seis meses.

Entre as propostas de alteração apresentadas pelo PS, e que foram aprovadas na sexta-feira, está a criação de uma comissão de avaliação para analisar as responsabilidades diretas do Estado em cada caso e respetiva indemnização.

O fogo que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho só foi extinto uma semana depois, tal como o incêndio que teve início em Góis, causando pelo menos 64 mortos e cerca de 200 feridos. Os dois fogos consumiram perto de 50 mil hectares em conjunto.

Entretanto, centenas de incêndios deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 37 mortos e 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios, e o Governo decretou três dias de luto nacional.

Lusa