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Oncologistas, neurologistas, psicólogos e doentes pedem legalização da canábis para fins terapêuticos

A carta aberta já foi assinada por 108 personalidades da área da medicina (geral, neurologistas, oncologistas, psicólogos) mas também investigadores, psicólogos, enfermeiros e doentes que pedem a legalização da cannabis para fins medicinais, para tratamento de sintomas como a dor, falta de apetite, efeitos secundários provocados pelo tratamento do cancro. A carta aberta, que ficará disponível online para ser assinada por mais pessoas, pede ao Parlamento que dê luz verde ao projeto-lei do Bloco de Esquerda .

Oncologistas, neurologistas, psicólogos e doentes pedem legalização da canábis para fins terapêuticos
Eric Gay

"A legalização permitiria o acesso à cannabis, em condições reguladas e com garantia de qualidade e segurança, por parte dos milhares de doentes que dela poderiam beneficiar. A legalização permitiria a melhoria da qualidade de vida dessas muitas pessoas e um maior e melhor acesso ao tratamento mais adequado ao seu estado de saúde", lê-se na carta a que o Expresso teve acesso.

Entre os subscritores está médico João Semedo, o primeiro presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed) José Aranda da Silva e o médico e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros que recordam que muitos países já legalizaram a prescrição da cannabis, dando como exemplos o Canadá, a Dinamarca a Argentina e o México.

"Nestes países, a cannabis pode ser utilizada pelos médicos como uma ferramenta terapêutica eficaz e segura e está disponível e acessível aos doentes. Infelizmente, esta ainda não é uma realidade em Portugal", recordam, numa carta aberta divulgada na semana em que a Assembleia da República vai debater projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN sobre a matéria.

O médico oncologista Jorge Espírito Santo e o advogado e professor de psicologia criminal Carlos Poiares também fazem parte da lista de subscritores, além de diversos investigadores e de utilizadores de cannabis para fins terapêuticos.

"A legalização permitiria a melhoria da qualidade de vida dessas muitas pessoas e um maior e melhor acesso ao tratamento mais adequado ao seu estado de saúde", sublinham na carta aberta.

Os 108 subscritores defendem que a legalização da cannabis para fins medicinais "deve avançar rapidamente e tornar-se uma realidade em Portugal".

"É uma medida eficaz e segura, baseada em evidência científica e na experiência internacional, que irá acrescentar uma opção importante ao arsenal terapêutico disponível para as situações em causa", insistem, apelando aos partidos representados na Assembleia da República para que "tornem esta medida possível".

A discussão deste projeto-lei no Parlamento está já marcada para quinta-feira, dia 11.