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Portugal sobe para 14.º lugar do 'ranking' anual dos Repórteres Sem Fronteiras

A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) subiu Portugal para o 14.º lugar do ranking que avalia anualmente as condições para o exercício do jornalismo em 180 países, enaltecendo o reforço da lei contra os abusos cometidos a jornalistas.

A RSF enalteceu ainda o reforço da lei contra os abusos cometidos contra os profissionais dos meios de comunicação, em resposta às agressões sofridas por três equipas de filmagem em 2017.


Portugal subiu quatro lugares na classificação e ocupa agora o 14.º lugar.
Contudo, de acordo com o relatório, divulgado desde 2002, a "atitude grosseira", por parte dos agentes do futebol, representa um dos principais problemas para os meios de comunicação.


"O mundo do futebol, dirigentes e adeptos incluídos, mantém uma atitude grosseira em relação aos meios de comunicação", acusou a RSF.
"A difamação e a injúria ainda são criminalizadas, apesar das repetidas condenações de Portugal diante do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por atentado à liberdade de expressão", concluiu a organização.


A Noruega permanece no topo do 'ranking', seguida pela Suécia, pelo segundo ano consecutivo, sendo na Europa, zona geográfica onde a liberdade de imprensa é menos ameaçada, que a degradação do índice regional foi maior.
"Entre as cinco fortes quedas no 'ranking' de 2018, quatro são de países europeus: Malta (65.º, menos 18 que no ano passado), República Checa (34.º, menos 11), Sérvia (76.º, menos dez) e Eslováquia (27.º, menos dez)", indicou.


"A lenta erosão de modelo europeu confirma-se", afirmou a organização.
Em termos globais, a RSF advertiu que a crescente hostilidade dirigida aos 'media', encorajada por alguns líderes políticos, e a imposição de uma visão do jornalismo por regimes autoritários ameaçam as democracias.


"Os dirigentes políticos que alimentam a repulsa contra o jornalismo têm uma pesada responsabilidade, pois colocam em questão a visão de um debate público baseado na apreciação plural dos factos e favorecem o desenvolvimento de uma sociedade de propaganda", afirmou secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

Lusa