O Ministério da Saúde já recebeu o pedido de renúncia do conselho de administração do Hospital de São João, no Porto.
A administração do centro hospitalar decidiu hoje demitir-se em bloco. Em comunicado, a tutela diz que o pedido vem na sequência do fim do mandato, a 31 de dezembro, e que é um mecanismo previsto na lei.
Escreve ainda o Ministério que tem dialogado com o conselho de administração no sentido de resolver o processo da ala pediátrica, "reconhecendo o empenho do presidente" nesse diálogo. O mesmo presidente do conselho de administração, António Oliveira e Silva, que em julho deste ano ameaçou demitir-se caso a verba destinada à construção da nova ala pediátrica, a funcionar em contentores, não fosse desbloqueada.
A renúncia foi também confirmada pelo próprio Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João, que num comunicado refere que a decisão pretendeu "facilitar a sua substituição da forma mais rápida possível".
O Hospital São João tem sido notícia nos últimos meses devido às obras de construção da ala pediátrica, a funcionar há cerca de dez anos em contentores.
Esta situação levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a passar o dia de Natal com as crianças internadas naquela unidade de saúde. No mesmo dia, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que as obras da nova ala pediátrica deveriam arrancar este ano e ficar concluídas em 24 meses.
No passado dia 3, o hospital indicou que a obra da ala pediátrica era para começar no início do segundo semestre, prevendo-se para abril a transferência provisória da pediatria oncológica, atualmente em contentores, para o edifício central.
Há 10 anos que o Hospital de São João tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.
O Parlamento aprovou a 27 de novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da ala pediátrica.
