O Parlamento chumbou esta quarta-feira a moção de censura ao Governo, apresentada pelo CDS, com 115 votos contra e 103 a favor. Os votos favoráveis do PSD e CDS não chegaram para os votos contra do PS, PCP, Bloco de Esquerda, Verdes e PAN.
Também o deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira, eleito nas listas do PS em 2015, votou contra.
O anúncio da rejeição do texto do CDS-PP foi aplaudido de pé pela bancada dos socialistas, como é possível ver no vídeo, que mostra o momento da votação.
O Parlamento debateu esta quarta-feira, durante três horas e meia, a moção de censura do CDS ao Governo, a segunda dos centristas em pouco mais de um ano e meio.
No discurso de abertura do debate, Assunção Cristas justificou a moção com a necessidade de "dar voz aos portugueses que estão saturados de um Governo que a muitos enganou com a fábula do fim da austeridade".
Na resposta, o primeiro-ministro considerou que a moção de censura tem a "virtualidade" de "confirmar que a direita está em minoria no Parlamento e não dispõe de qualquer alternativa".
"Trata-se por isso de um ato falhado contra a solução governativa que PS, BE, PCP e PEV foram capazes de construir em Novembro de 2015 e que ainda esta semana o secretário-geral da OCDE considerou "ser um modelo muito eficaz, muito interessante, quase uma exceção na Europa, onde os focos de instabilidade se multiplicam."
O Governo socialista enfrentou esta quarta-feira a segunda moção de censura, a 30.ª em 45 anos de democracia. Esta foi a sétima moção de censura apresentada pelo CDS.
Até aos dias de hoje, apenas uma fez cair um Governo e aconteceu em abril de 1987, contra o Governo minoritário do PSD, liderado por Cavaco Silva.
Numa audição no Parlamento, de manhã, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que a direita apresentou e votou a favor da moção de censura por não ter ideias construtivas.