Última atualização às 01:17
Com a totalidade dos votos apurada, nenhum dos três candidatos às eleições internas do PSD obteve maioria absoluta na votação deste sábado. Rui Rio e Luís Montenegro, os dois mais votados, seguem assim para uma segunda volta, a ser disputada no próximo sábado, 18 de janeiro.
O atual líder do partido, Rui Rio, obteve 49,44% dos votos, seguido por Luís Montenegro, com 41,26%. Miguel Pinto Luz fica em último, com apenas 9,3%.
É a primeira vez na história do partido que os militantes não conseguem decidir o líder à primeira volta. Só em 2012 foi colocada a possibilidade nos estatutos de uma segunda volta, sempre que um candidato não obtivesse a maioria absoluta.
“Só mais um bocadinho e chegamos lá”
Rui Rio destaca a vitória “expressiva” e explica que é a primeira vez na história do partido que há uma segunda volta, dizendo que com a percentagem que obteve este sábado, pelas regras antigas “estava arrumadíssimo, mas comigo nada é fácil”.
Recorda ainda as prioridades sendo eleito: as eleições autárquicas, a abertura do PSD à sociedade – dizendo que o partido não se pode restringir a uma “quase exclusiva agência de distribuição de lugares” - e o tipo de oposição a praticar, considerando que na política não há inimigos, mas adversários.
“Temos obrigação de criticar com argumentos. Não é dizer ‘vem dali, logo estou contra’. Isso não credibiliza o PSD”.
Respondendo ao desafio de Luís Montenegro, Rio recusou um debate televisivo na próxima semana.
“O meu verdadeiro adversário é António Costa e o Partido Socialista”
Luís Montenegro garante que o PSD está vivo, motivado e preparado para o futuro.
Diz-se disposto a ser um “líder agregador” e ter nas suas listas pessoas que estiveram este sábado ao lado de Rui Rio e Miguel Pinto Luz.
Afirma ainda que o seu verdadeiro adversário não é Rui Rio, mas sim António Costa e o PS, garantindo que o PSD será uma alternativa forte aos socialistas.
“Surpreendemos todos, mesmo os que tentaram uma bipolarização nestas eleições”
Miguel Pinto Luz reclama 12% dos votos nas eleições internas do PSD.
Diz que partiu com as expetativas modestas, mas que surpreendeu toda a gente, “mesmo os que tentaram uma bipolarização nestas eleições”.
Sobre o PSD, acredita que é o único instrumento de mudança que Portugal precisa e a única alternativa ao modelo socialista que “nas últimas décadas alargou o foço entre os portugueses mais ricos e mais pobres”.
“Existe uma desconformidade entre os votos apurados na Madeira e o caderno eleitoral”
O Conselho de Jurisdição do PSD informa que os votos da Madeira não foram contabilizados. Em causa está uma desconformidade entre os votos apurados na região e o caderno eleitoral. Ainda assim, o órgão realça que os dados divulgados não alterariam o desfecho das eleições diretas deste sábado.
O Conselho remete uma decisão sobre o ato eleitoral na Madeira para o "momento próprio", salientando que "o Conselho de Jurisdição é um órgão colegial".
Alberto João Jardim diz que caderno eleitoral da Madeira é ilegal
Da Madeira, chegou no sábado o anúncio da impugnação destas eleições diretas no PSD.
Para o PSD Madeira, 2.500 militantes podiam votar porque tinham as quotas regularizadas, mas os órgãos nacionais do partido só reconhecem 104 votantes.
Para Jardim, o PSD Madeira tem de cumprir as regras aprovadas para estas eleições, razão pela qual se posiciona com a Direção Nacional e contra o partido na região.