O advogado de Bruno de Carvalho acusou esta sexta-feira Frederico Varandas de "faltar à verdade", durante a audição no julgamento do ataque à Academia de Alcochete, onde o atual presidente do Sporting foi ouvido como representante do clube.
Miguel Fonseca disse que ficou surpreendido e ofendido com "a lata ilimitada" de Frederico Varandas.
"Ele falou com todos nós como se fôssemos atrasados mentais."
"Faltou à verdade de muito largo. Pior do que isso: ele põe quase 50 pessoas a mentir", afirmou Miguel Fonseca, acrescentando: "Não sendo testemunha, não prestou juramento. Se não prestou juramento, não podia mentir. Mentir é um crime, isso não posso dizer, porque ele não prestou juramento".
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O advogado do ex-presidente do Sporting disse mesmo que gostava de ter ouvido Frederico Varandas como testemunha, pois isso "obrigava-o ao dever da verdade".
De acordo com a Lusa, no final da audição do atual presidente do Sporting, durante a 27.ª sessão do julgamento, Miguel Fonseca pediu a acareação entre Varandas a várias testemunhas que participaram numa reunião com Bruno de Carvalho, na véspera da invasão à academia.
A juíza Sílvia Pires indeferiu o pedido, considerando-o "descabido" e referindo que "as discrepâncias eram normais".
O processo da invasão à academia tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Bruno de Carvalho, à data presidente do clube, Mustafá, líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados de autoria moral de todos os crimes.