A ironia com que respondeu à pergunta sobre o uso de máscaras por deputados e convidados é apenas mais uma das respostas que revelam a forma como Ferro Rodrigues se tem batido pelas cerimónias do 25 de abril no Parlamento, marcadas para o próximo sábado.
O Presidente da Assembleia da República deu, nas últimas horas, várias entrevistas - pelo menos três conhecidas esta quarta-feira, às rádios Antena1 e TSF e ao jornal Público - em que se refere à polémica gerada com "surpresa" - porque a solução do modelo foi aprovada na conferência de líderes, representando 95% dos deputados e até por proposta do PSD - e em que reafirma que seria um "absurdo" e "completamente estúpido" era não assinalar o 25 de abril na Assembleia da República, quando esta tem mantido os trabalhos, tendo sido inclusive chamada a pronunciar-se sobre as declarações de estado de emergência.
Foi aliás no debate da segunda renovação, a 16 de abril, que em resposta ao deputado do CDS, João Almeida, Ferro Rodrigues disse que por uma questão de democracia, a maioria decidiu que o 25 de abril se vá realizar no Parlamento e o tom do debate acabou por subir, com o surgimento de petições com milhares de assinaturas e críticas à posição intransigente de Ferro Rodrigues.
A segunda figura mais alta do Estado responde que "a democracia da Internet" não é a "democracia da Constituição" e não hesita em reafirmar que a cerimónia já foi reduzida, numa solução que entende que constitui algum tipo de cedência: "um meio-caminho", disse à TSF.
Na entrevista à Antena1 tinha já adiantado que a polémica surgiu porque houve uma "instrumentalização política" por parte de grupos "inorgânicos", assegurando que já anda na política há tempo suficiente para perceber o que aconteceu.