O diretor-geral da Alimentação e Veterinária, Fernardo Bernardo, demitiu-se, depois do primeiro-ministro, António Costa, no último debate no Parlamento, ter dito que a Direção-Geral de Veterinária não tem revelado competência na proteção de animais de companhia.
As críticas surgiram na sequência do incêndio que atingiu dois canis ilegais em Santo Tirso e que matou dezenas de animais.
As razões da demissão ainda não foram formalmente divulgadas pelo Ministério da Agricultura.
Após o episódio foi aberto um inquérito, por parte da Câmara Municipal, para apurar responsabilidades, tendo ainda sido suspenso o médico veterinário da autarquia.
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- Há "muitas situações" de maus tratos idênticas à do abrigo de Santo Tirso
O fogo nos canis em Santo Tirso
Morreram 73 animais num abrigo atingido por um incêndio que deflarou no concelho de Santo Tirso.
Quando o incêndio foi dado como dominado, a autarquia procedeu à retirada de 110 cães, ainda com vida, que se encontravam no abrigo, garantindo que 13 foram realojados no Canil/Gatil Municipal de Santo Tirso.
Voluntários arrombam portão e resgatam animais
Estariam nestes abrigos cerca de três centenas de animais e, num deles, as associações de salvamento de animais foram impedidas de atuar, por se tratar de uma propriedade privada.
Ao que tudo indica, este abrigo já teve várias denúncias de maus tratos, mas foram todas arquivada. O PAN também esteve no local e alertou as autoridades várias vezes para a situação, mas o direito à propriedade privada falou mais alto.
Porém, dezenas de voluntários arrombaram por volta das 16 horas o portão e entraram no abrigo contra todas as indicações das autoridades para resgatar os animais que estavam lá dentro, alguns feridos, assustados e traumatizados.