O diretor-geral da Direção-Geral da Política de Justiça, Miguel Romão, colocou o cargo à disposição, esta segunda-feira, na sequência das informações falsa no currículo de José Guerra para a procuradoria europeia. David Dinis, diretor-adjunto do Expresso, defende que esta polémica poderia ser “fácil de explicar ou ultrapassar”.
“Tudo isto ganhou um volume completamente desnecessário num caso, que eu insisto, que podia ser perfeitamente justificável pela ministra da Justiça na hora certa, desde que com informação correta transmitida para os meios europeus que é: esta é a escolha do Governo português com base num parecer do Conselho Superior do Ministério Público”, disse o jornalista na Edição da Tarde.
David Dinis lembra que, embora em casos raros, o Governo português pode fundamentar uma escolha diferente da prevista no parecer independente. Sublinha também que se trata a criminalidade económica é “um cargo que é muito sensível” e que “mexe à flore da pele do debate político”.
“O problema é que em cima disto, a ministra vem dar uma entrevista a desvalorizar a transmissão de informação errada. Informação que é passada para círculos europeus, diplomáticos. Coisa que não é pouco, tendo em conta que a escolha tinha sido polémica”, destaca David Dinis.
A ministra da Justiça já aceitou ser ouvida no parlamento sobre este caso e o diretor-adjunto do Expresso considera que esta audição deveria acontecer rapidamente.
“Para bem da ministra da justiça, eu diria que ideal era que ela própria acelerasse a audição parlamentar com que se comprometeu. Porque este caso tornou-se tão complicado com uma coisa que podia ser tão simples, que não tem nenhuma justificação andar ela própria embrulhada em sistemáticas justificações que em muito casos se revelam falsas. Isto prejudica não só o bom nome do ministério da Justiça, prejudica a própria estabilidade do corpo judicial”, afirma.
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