A advogada de defesa de Luís Silva, inspetor do SEF arguido no processo da morte do ucraniano Ihor Homeniuk, põe em causa o médico que fez a autópsia, afirmando ser “evidente que as autópsias têm que ser feitas por médicos especialistas em medicina legal”.
Já o advogado da família de Ihor Homenyuk diz que o testemunho do perito ouvido esta quarta-feira foi claro e objetivo.
Perito garante que Ihor Homeniuk morreu de asfixia lenta devido a fraturas de costelas
O perito que realizou a autópsia a Ihor Homeniuk declarou esta quarta-feira em julgamento que o relatório final da autópsia "conclui com segurança" que o ucraniano "morreu de asfixia lenta" provocada por várias fraturas nas costelas causadas por energia externa.
O médico Carlos Durão, que efetuou a autópsia de Ihor Homeniuk no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) prestou depoimento como perito durante o julgamento em que três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) estão acusados do homicídio qualificado, por morte à pancada, do passageiro ucraniano que se recusava a regressar ao seu país de origem após ser impedido de entrar em Portugal no aeroporto de Lisboa.
"A causa da morte é asfixia. Não tenho dúvidas", disse o perito, que, ainda antes de iniciar a autópsia, resolveu alertar a Polícia Judiciária porque "só pela análise externa percebeu que algo não estava bem", ficando logo com a perceção de que "não era possível" haver "morte natural" naquele caso.
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