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Operação Olíssipus. Câmara Municipal de Lisboa alvo de buscas

Em causa estão suspeitas da prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas.

Operação Olíssipus. Câmara Municipal de Lisboa alvo de buscas

As buscas relacionadas com a área do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, realizadas esta terça-feira, prendem-se com suspeitas de crimes cometidos no exercício de funções públicas, inclusive abuso de poder e corrupção, anunciou a Polícia Judiciária (PJ).

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"Estarão em causa suspeitas da prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, relacionados com a área do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente, abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção, prevaricação, violação de regras urbanísticas e tráfico de influências", anunciou a PJ, em comunicado.

A Policia Judiciária fez também buscas na casa do ex-vereador da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado. A SIC sabe que a PJ esteve igualmente na residência do filho de Salgado.

Em 2017, o vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara de Lisboa era Manuel Salgado, que pediu demissão do cargo dois anos depois, tendo sido substituído por Ricardo Veludo.

Manuel Salgado foi vereador entre 2007 e 2019.

Mário Cruz/Lusa

Os inspetores estiveram a recolher documentos no departamento de gestão urbanística da Câmara, nas instalações do Campo Grande e na Praça do Município. A maioria das buscas foi feita em empresas, uma delas é a promotora do projeto da Feira Popular.

Designada Operação Olissipus, a ação da PJ foi realizada no âmbito de oito inquéritos dirigidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa - 1ª Secção, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, com o apoio da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática, juntamente com Magistrados do Ministério Público.

Uma ação que durou cerca de cinco horas e decorreu nos concelhos de Lisboa, Sintra, Cascais, Caldas da Rainha e Alvor. Contou com a participação de seis magistrados do Ministério Público e 90 inspetores e peritos da PJ, como explicou em direto a repórter Carolina Reis:

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Em comunicado, a autarquia referiu que as buscas "resultaram de várias denúncias, incluindo participação ao Ministério Público", relativas a processos urbanísticos que decorreram nos últimos cinco anos, como a Operação Integrada de Entrecampos e também às obras da Segunda Circular, canceladas pelo município, e à requalificação da piscina da Penha de França e obras do miradouro de São Pedro de Alcântara.

Além da Operação Integrada de Entrecampos, segundo a Câmara de Lisboa, os processos urbanísticos visados pelas buscas da PJ são o Hospital da Luz, torre da Av. Fontes Pereira de Melo, Petrogal, Plano de Pormenor da Matinha, Praça das Flores, Edifício Continente, Twin Towers e Convento do Beato.

"Tanto a empreitada anulada pelo município na Segunda Circular, como a Torre de Picoas e Hospital da Luz, já tinha sido adiantado pela Procuradoria-Geral da República, estarem a ser alvo de investigação" em 2017, recorda a Câmara de Lisboa, presidida por Fernando Medina (PS).

O município assegura que "facultou toda a documentação e prestou toda a colaboração" ao Ministério Público e à PJ e reitera que "as diligências hoje efetuadas são as primeiras que a Câmara tem conhecimento sobre estes processos".

O processo é dirigido pelo departamento do Ministério Público de Lisboa.