A Polícia Judiciária está a realizar esta quarta-feira dezenas de buscas, na área da Grande Lisboa, no âmbito do combate ao cibercrime.
Ao que a SIC apurou, há mais de 100 inspetores da PJ envolvidos nesta operação, que já fez seis detenções, quatro homens e duas mulheres, com idades entre os 25 e os 70 anos. Foram ainda constituídos mais 10 arguidos, para além dos detidos.
Na operação, foram apreendidos 200 mil euros em numerário, um prédio urbano, um carro, uma arma de fogo e vários elementos de prova.
Em causa está um grupo criminoso organizado, indiciado da prática dos crimes de burla informática, falsidade informática, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa.
"Os factos em investigação centram-se no modus operandi denominado de phishing bancário, na modalidade de smishing e vishing. Em concreto, os agentes do crime enviavam uma mensagem SMS com aparência de origem de uma Instituição Bancária contendo um texto padrão onde induzia a vítima a carregar num endereço eletrónico supostamente para evitar uma multa", explica a PJ, num comunicado.
"As vítimas ao acederem ao link entrava num website semelhante à página do Banco onde forneciam as suas credenciais de acesso ao serviço homebanking. Seguidamente as vítimas eram contactadas por chamada de voz, por indivíduo que dizia ser do serviço de segurança do Banco, com o propósito de enganar a vítima a validar a transferência bancária ilícita realizada."
A megaoperação de combate ao chamado "phishing" está a ser coordenada pela Unidade de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária.
As autoridades suspeitam que as pessoas agora alvo de buscas ter-se-ão apropriado de centenas de milhares de euros de contas bancárias de vários clientes.
As pessoas detidas serão agora presentes às autoridades judiciárias, para interrogatório e aplicação das medidas de coação.
Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna de 2020, o cibercrime registou um aumento de 26,8% e foi responsável por 24 detenções.
O documento indica ainda que houve um aumento acentuado no 'phishing' bancário (envio de email ou sms para induzir o utilizador a fornecer dados pessoais e/ou financeiros) e ao vishing (chamada telefónica para validar dados ou transferência bancária ilicitamente efetuada