João Pedro e João Estriga têm em comum, para além do nome, as circunstâncias: estão ambos internados há mais de um mês no Hospital D. Estefânia, em Lisboa.
As últimas semanas têm sido passadas dentro de quatro paredes e os ritmos próprios da idade deram lugar a rotinas novas, onde tudo tem de ser vivido com menos pressa.
Para os ajudar a manter alguma normalidade, existe uma escola no interior deste hospital onde todas as crianças internadas podem continuar a acompanhar os programas educativos, com a orientação de quatro professoras.
O plano de atividades é decidido em conjunto com as escolas de origem e mesmo quem não pode sair do quarto, devido à situação clínica, tem acesso a este acompanhamento em enfermaria.
O 1.º ciclo desta escola existe há quase 100 anos, desde 1925, e tem evoluído a par e passo com o ensino em Portugal.
Neste momento, com o alargamento da idade pediátrica até aos 18 anos, há também acompanhamento dos jovens do 2.º ciclo ao ensino secundário.
Pais, alunos, professores e profissionais de saúde garantem que, para além da aprendizagem académica, esta escola traz para dentro do hospital um porto seguro e de fuga para estas crianças e jovens, que, muitas vezes, criam ligações inquebráveis com estes professores.