O diretor do serviço de obstetrícia do Hospital de São Bernardo, em Setúbal demitiu-se. Em causa estará a falta de médicos da especialidade que, na semana passada, chegou a obrigar ao encerramento da urgência por 24 horas.
A instabilidade no serviço obstetrícia acontece há pelo menos dois anos e foi agravada com a pandemia.
“O número de médicos existentes no serviço é menos de metade do que as necessidades e sabendo nós que muitos desses médicos podem reformar-se este ano, caso isso aconteça o hospital não consegue manter o seu funcionamento normal”, afirmou Alexandre Valentim Lourenço, presidente da região sul da Ordem dos Médicos.
Com o encerramento provisório e um serviço com dificuldades em dar resposta, algumas grávidas têm sido encaminhadas para os outros dois hospitais da região.
“O diretor de serviço, agora demissionário, nesta última semana esteve três vezes 24 horas de urgência para além do seu serviço normal. Isso é impossível de se manter a longo prazo. É um risco real que o hospital encerre definitivamente a sua urgência ou então recorra sistematicamente a médicos externos, a tarefeiros, a empresas para fazer um serviço que perde qualidade e não garante a segurança que nós queremos nestes hospitais”, avisa a Ordem.
À SIC, o hospital diz que a urgência de obstetrícia irá funcionar este domingo, explica que a questão foi ultrapassada e que o serviço está assegurado para os próximos dias.