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Universo Espírito Santo: juiz Ivo Rosa vai conduzir fase de instrução

Sorteio eletrónico atribuiu o processo ao juiz.

O juiz, Ivo Rosa, intervém no final do debate instrutório no âmbito do processo Operação Marquês, no Campus de Justiça, em Lisboa
O juiz, Ivo Rosa, intervém no final do debate instrutório no âmbito do processo Operação Marquês, no Campus de Justiça, em Lisboa
ANTÓNIO COTRIM/POOL

A instrução do megaprocesso do Universo Espírito Santo calhou nas mãos do juiz Ivo Rosa. O sorteio eletrónico realizou-se esta quinta-feira e deixou de fora Carlos Alexandre, o outro magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal, a quem poderia também ter sido distribuído este caso.

Ivo Rosa terá agora de decidir se o processo, que envolve Ricardo Salgado e outros 17 antigos responsáveis do Grupo e do Banco Espírito Santo, deve ou não seguir para julgamento.

Esta manhã, a SIC assistiu ao transporte dos mais de 200 volumes e apensos. Ao longo da manhã, as toneladas de papel saíram das instalações do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, onde decorreu a investigação, em direção ao tribunal.

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) está acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES.

Está também acusado da autoria de 12 crimes de corrupção ativa no setor privado e de 29 crimes de burla qualificada, em coautoria com outros arguidos, entre os quais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machado da Cruz.

O Ministério Público acusou ainda o ex-líder do BES de infidelidade, manipulação de mercado, sete crimes de branqueamento de capitais e oito de falsificação.

Segundo a acusação, Salgado foi acusado de associação criminosa, em coautoria com outros 11 arguidos, incluindo os antigos administradores do BES Amílcar Pires e Isabel Almeida.

Na altura, uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) referia que tinha sido deduzida acusação por associação criminosa e por corrupção ativa e passiva no setor privado, de falsificação de documentos, de infidelidade, de manipulação de mercado, de branqueamento e de burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas.

Em causa nesta complexa investigação "está um valor superior a onze mil e oitocentos milhões de euros", em consequência dos crimes imputados, e prejuízos causados.

A PGR referia também que o processo principal BES/GES "agrega 242 inquéritos que foram sendo apensados, abrangendo queixas deduzidas por mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro".