Começou mais um julgamento que envolve o sucateiro Manuel Godinho. O arguido está a cumprir pena de prisão resultante do processo Face Oculta e enfrenta agora acusações de ter burlado a REFER em 87 mil euros, durante um negócio de resíduos.
O julgamento teve vários adiamentos e começou esta terça-feira, em Bragança, sem a presença de Manuel Godinho. O arguido encontra-se em isolamento depois de ter entrado na prisão para cumprir pena.
Este processo está relacionado com um concurso público para a alienação de vários lotes de resíduos dispersos por diferentes estações da REFER – a atual Infraestruturas de Portugal. De acordo com a acusação, a empresa de Manuel Godinho comprou seis lotes de 370 toneladas de resíduos, mas retirou das estações – designadamente da estação do Tua, no distrito de Bragança – o dobro desse material, correspondendo a uma burla de 87 mil euros.
O caso em julgamento remonta a 2009, mas não é o primeiro processo que a empresa pública moveu contra a firma de Manuel Godinho. Cinco anos antes, a REFER tinha processado a O2 por furto de carris na linha do Tua. O sucateiro acabou por ser condenado, em 2010, a pagar cerca de 100 mil euros à empresa.
No processo atual, estão também sentados nos banco dos réus um sobrinho do sucateiro – que admitiu, em tribunal, que a empresa O2 fazia batota nas pesagens dos materiais – e Manuel Guiomar, ex-funcionário da REFER, que é acusado de corrupção passiva, burla e falsificação de notação técnica, por alegadamente ter agido em cumplicidade com o sucateiro.
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