Portugal vai estar em situação de contingência entre os dias 11 e 15 de julho devido à previsão de agravamento meteorológico para os próximos dias, associado ao elevado risco de incêndio e situação de seca, informou este sábado o ministro da Administração Interna.
O anúncio aconteceu depois de uma reunião de urgência na sede da Proteção Civil, com os ministros da Defesa, da Saúde, do Ambiente e da Agricultura e Alimentação para reavaliar as medidas adotadas.
O que significa a situação de contingência?
Portugal está, nesta altura, em situação de alerta desde a meia-noite de sexta-feira. A entrada em situação de contingência, a partir de segunda-feira, permite ativar “automaticamente e preventivamente” todos os planos de emergência e Proteção Civil em todos os níveis territoriais, explicou o governante.
Será ainda determinado o estado de alerta especial de nível vermelho em todo o território continental e serão contratadas 100 equipas de reforço para os bombeiros. O plano prevê ainda que seja ativado preventivamente o sistema de alerta da população por SMS.
Marcelo e Costa cancelam deslocações ao estrangeiro
O Presidente da República e o primeiro-ministro cancelaram as deslocações que tinham agendadas na próxima semana a Nova Iorque e Moçambique, respetivamente, devido ao elevado risco de incêndio em Portugal.
António Costa quer estar “permanentemente disponível no país” durante a próxima semana.
Este domingo, Marcelo e Costa visitarão a sede da Proteção Civil.
"Pior conjugação de fatores que há desde Pedrógão Grande"
O primeiro-ministro alertou que o fim de semana que agora começa é de "alto risco" para os incêndios, apelando aos portugueses para não fazerem fogo ou usarem máquinas. Um apelo repetido pelo ministro da Administração Interna, que alertou para a "pior conjugação de fatores que há desde Pedrógão Grande".
A partir de domingo mais seis distritos vão entrar em alerta laranja e o presidente do IPMA já informou que será feita uma reavaliação da situação meteorológica em Portugal e que, se for necessário, vai ser emitido o aviso vermelho.
Na sexta-feira foi registado o número máximo de incêndios deflagrados este ano, com 121 ignições.
"Estamos a viver uma situação quase inédita do ponto de vista meteorológico. A situação vai-se manter e é proibido usar maquinaria nestes dias que se seguem para baixarmos o número de ignições, que têm vindo a aumentar", afirmou o responsável da ANEPC, destacando que as 121 ignições registadas "são o máximo deste ano".