Abusos na Igreja Católica

Investigação Expresso

Investigação Expresso: padre denuncia 12 sacerdotes por suspeitas de pedofilia

É o mais recente caso no escândalo dos abusos sexuais na Igreja Católica. Seis dos sacerdotes implicados ainda estão no ativo.

Investigação Expresso: padre denuncia 12 sacerdotes por suspeitas de pedofilia
D-Keine/Getty Imagens

A história de um padre que denunciou outros 12 sacerdotes por suspeitas de pedofilia é revelada no Expresso desta semana. A investigação, levada a cabo pelos jornalistas Hugo Franco e Rui Gustavo, dá conta que metade destes padres ainda estão no ativo.

É revelado ainda que o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, não foi o único a não dar seguimento a queixas: há mais dois bispos, cuja identidade o Expresso revela, que também ocultaram da Polícia Judiciária e do Ministério Público queixas de abusos sexuais contra menores.

Ao longo dos anos, o denunciante foi recolhendo vários dados, encheu dossiês, dois dos quais com fortes suspeitas por crimes de pedofilia que terão começado nos anos 90, um entretanto afastado da Igreja e outros ainda em funções. O padre, cuja identidade não é revelada, terá reunido vários testemunhos de vítimas que dizem ter sido assediadas ou abusadas nas casas paroquiais, nos carros e até numa casa no Algarve.

Um dos jovens, à data com 15 anos, viria a suicidar-se depois de ter revelado aos pais os crimes de que terá sido vítima. A família apresentou queixa ao Patriarcado de Lisboa, que acabou por transferir o padre para uma paróquia da capital onde, mais tarde, terá sido denunciado por outros menores. A Igreja acabou por colocá-lo noutra paróquia, num país europeu. Em 2013, o Patriarcado e o Ministério Público abriram uma investigação, mas o caso acabou arquivado.

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Hugo Franco, jornalista do Expresso, revelou à SIC Notícias que o sacerdote que apresentou as denúncias "é uma pessoa importante no seio da Igreja" e que "acompanha estes casos de pedofilia" desde os anos 80. Disse também que o padre apresentou a primeira denúncia à Igreja em 1997, mas não obteve resposta por parte da hierarquia.

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PR: "O papel da Justiça é investigar"

Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu, esta quinta-feira, à investigação do semanário Expresso. O Presidente da República recorda que se trata de um crime público e que cabe ao Ministério Público prosseguir com a investigação "conforme os elementos que tem". Deixou ainda um "forte apelo" para que todos participem e denunciem casos de abusos, "independentemente da iniciativa das entidades públicas".

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A investigação é um dos destaques do Expresso desta sexta-feira.