Os adeptos do clube croata Hajduk Split invadiram o centro de Guimarães na terça-feira à noite e instalaram o pânico entre a população. O presidente da Câmara de Guimarães reage aos acontecimentos e fala em "falta de atuação" por parte da PSP, pedindo um reforço da Polícia do Comando Distrital do Norte.
Domingos Bragança lembra que tinham a informação de que os adeptos deste clube da Croácia "têm uma má reputação por serem muito conflituosos e arruaceiros".
"Há cadastro e não houve planeamento, algo falhou. Houve essa falha [de segurança], porque nos planos da PSP devia estar prevista esta possibilidade. Não é só no dia de hoje, porque os adeptos deste clube que nos visita da Croácia tem fama e esta má reputação de serem muito conflituosos e arruaceiros", referiu o autarca socialista.
O autarca indica que "uma horda de criminosos" entrou no centro da cidade pacífica, "instalou o pânico" e a polícia "não atuou".
"Deviam ser detidos durante todo o dia de hoje para prestarem declarações ao tribunal de modo a que não consigam sequer chegar à cidade de Guimarães, nem assistirem ao encontro de futebol", defende Domingos Bragança.
O autarca indica que já foram registados prejuízos materiais, “mas o prejuízo mais significativo é este da segurança".
"Uma cidade tranquila e segura não pode ter esta reputação, caso a caso, longe a longe, por causa de visitantes que vêm a Guimarães”, adianta o presidente da Câmara de Guimarães.
Para Domingos Bragança, a polícia “tem de ser mais forte” e, “quando não tem força, como mostra não ter nestes casos, tem de pedir reforços”.
Além disso, considerou que também a Polícia Judiciária “tem de estar atenta para cortar este mal pela raiz” e que o Ministério Público “também tem de atuar”.
“Estes energúmenos identificados deveriam ser detidos durante todo o dia de hoje para prestarem declarações ao tribunal, de modo a que não consigam sequer vir à cidade nem tão pouco assistirem ao encontro de futebol", exigiu.
O presidente da câmara disse esperar que esta quarta-feira “esteja tudo em alerta e tudo reforçado”, adiantando que pediu ao Ministério da Administração Interna o reforço da polícia e a “articulação” com a Polícia Judiciária e com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, para detenção dos adeptos em questão.
PSP REAGE ÀS CRÍTICAS E DESCREVE GRUPO DE ADEPTOS COMO "ORGANIZADO"
O comandante da PSP em Guimarães diz que o grupo de adeptos do clube croata, que causou desacatos na cidade, não foi abordado por motivos de segurança. Vitor Silva ainda adianta que não houve falhas de comunicação e que a polícia fez tudo o que estava ao seu alcance.
O comandante da PSP avança que o grupo que começou os desacatos na cidade de Guimarães é "organizado entre si e não partilham informação". Indica, inclusive, que a monitorização destes adeptos é função da PSP, a partir do momento em que são detetados, o que aconteceu na cidade de Guimarães.
"Estamos a falar de um grupo de adeptos que faz parte da cultura dos mesmos fazer este tipo de abordagens", afirma o comandante da PSP.
Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) refere que identificou 154 adeptos do Hadjuk Split por alegadamente terem arremessado cadeiras de esplanadas e deflagrado artefactos pirotécnicos.
Segundo a PSP, os adeptos, depois dos incidentes, abandonaram Guimarães em cinco autocarros com destino ao Porto.
“Após estarem reunidas todas as condições de segurança”, a PSP abordou os autocarros e identificou 122 cidadãos croatas, 23 portugueses e nove adeptos de outras nacionalidades, tendo ainda apreendido “um pote de fumo, uma soqueira e um passa-montanhas”.
Após a derrota da primeira mão, por 3-1, na Croácia, o Vitória de Guimarães recebe hoje o Hajduk Split, para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, agendado para as 17:00, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães