Duas pessoas com patologia grave esperaram cerca de uma hora por uma ambulância após contactarem o INEM, denunciou este domingo o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, segundo o qual os atrasos no socorro mantêm-se e são às centenas.
Um dos casos aconteceu no sábado, ao final da tarde, em Almada, com um homem de 86 anos, com patologia cardíaca grave, em que o pedido de socorro foi feito às 17:56 e só quarenta minutos depois, às 18:37, foi enviada ambulância a partir de Lisboa, indicou.
O segundo caso denunciado à Lusa pelo sindicato aconteceu este domingo às 10:39, em Setúbal, e teve a ver com um homem de 55 anos, em situação de paragem cardiorrespiratória, ou seja, inconsciente e sem conseguir respirar, para o qual só foi enviada ambulância às 11:45, mais de uma hora depois, e às 12:12 a viatura médica.
Em relação a estes dois casos, ocorridos durante este fim de semana, o sindicato tem as fitas do tempo para provar a demora na prestação de socorro, tendo em conta que se trata do registo de toda a informação relativa a cada um dos casos, desde que é feito o pedido de socorro ao INEM.
Registos aos quais a Lusa teve acesso e que mostram também que este domingo de manhã houve um momento em que o INEM tinha em simultâneo dez casos à espera de uma ambulância, três dos quais há uma hora ou mais.
Estrutura sindical já recebeu "mais de mil" denúncias sobre atrasos
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) revelou que, desde o início do ano, a estrutura sindical já recebeu "mais de mil" denúncias sobre atrasos na prestação de socorro por parte de técnicos do INEM.
"São às centenas que nos chegam, com uma frequência quase diária", revelou Rui Lázaro, o que motivou já a apresentação de uma queixa ao Ministério Público contra o INEM e o seu presidente, Luís Alves Meira.
Para o dirigente sindical, estes casos mais recentes demonstram que os atrasos não acontecem em picos de serviço, mas são antes situações que ocorrem diariamente e que têm consequências.
Rui Lázaro disse que vão atualizar a queixa feita há cerca de duas semanas junto do Ministério Público com os casos deste fim de semana e reforçar o pedido de audiência à ministra da Saúde, "agora com caráter de urgência".
"É por demais evidente que não se trata de picos de serviços, trata-se do normal funcionamento dos serviços de emergência médica em completa rutura", apontou o dirigente sindical.
"Importa intervir já para que outras vidas não se percam"
Na opinião do presidente do STEPH