A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, defendeu esta terça-feira que mais importante do que a demissão da ministra da Saúde é saber se o Governo vai avançar com a valorização das carreiras e salários dos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em conferência de imprensa, nos Passos Perdidos da Assembleia da República, a líder parlamentar comunista sustentou que a demissão de Marta Temido revela "a necessidade de uma outra política na área da saúde".
"A questão que se coloca neste momento é se o Governo vai ou não avançar com as soluções que são fundamentais para salvar o SNS, se vai ou não avançar no sentido da valorização das carreiras e das remunerações dos trabalhadores da saúde" e com a um regime de dedicação exclusiva, sublinhou a deputada.
Paula Santos rejeitou responder se o PCP esperava a demissão da governante, face aos problemas apontados nos últimos meses ao SNS: "Mais do que as pessoas ou os rostos do Governo, aquilo que é importante - e que é a questão fundamental que o PCP coloca - é a necessidade de avaliação das políticas".
A demissão de Marta Temido ocorreu na madrugada desta terça-feira e para a líder da bancada e membro da Comissão Política do Comité Central do PCP "tem de ser olhada e apreciada" na ótica das políticas. Para o partido este é único ponto que interessa, argumentou.
Interpelada sobre a intenção do primeiro-ministro, António Costa, de manter a ministra até à nomeação da nova direção executiva do SNS, Paula Santos preferiu dizer que o Estatuto do SNS - aprovado no início de julho - não responde às necessidades no setor.
A demissão da ministra da Saúde Marta Temido constitui a primeira baixa de peso no XXIII Governo Constitucional, que está em funções há cinco meses.
Marta Temido apresentou a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo.