Um grupo de 73 timorenses tem vivido em condições precárias no Fundão, depois de ter sido trazido de Serpa com promessas de trabalho na agricultura.
A maioria não tem trabalho nem dinheiro para comer. No último mês, têm vivido numa casa, antiga discoteca, na zona de Alcaria. A denúncia chegou à Câmara Municipal do Fundão, que começou a tratar do realojamento dos imigrantes.
A cozinha serve-lhes de dormitório e a maioria dorme em colchões sem roupa de cama.
Pouco ou nada falam português, muito pouco inglês, mas o suficiente para explicarem que chegaram ali através de um patrão paquistanês, a quem cada um paga 100 euros para ter teto em condições precárias.
À SIC, Eliana Ribeiro, gerente de uma empresa de trabalho temporário na Covilhã a quem os timorenses foram pedir ajuda, faz algumas revelações.
“O que nos dizem os imigrantes é que tiveram de pagar a quem os trouxe 250 euros pela documentação necessária quando deveria ter sido gratuita e que nos últimos dias têm comido apenas pão. Andam ao «Deus dará» a pedir trabalho”.
Ao que a SIC apurou, o grupo de timorenses tem contrato feito com uma empresa de prestação de serviços subcontratada por outra empresa com sede em Serpa, que garante mão-de-obra e maquinaria para a colheita da amêndoa na região da Cova da Beira.
O caso já foi denunciado ao alto comissariado para as migrações, SEF, GNR e à autoridade para as condições de trabalho.